10/04/2025

A crise ecológica obriga-nos a discutir e repensar o conceito de “natureza” à luz de preocupações filosóficas, científicas e éticas. A natureza pode ser pensada como objeto de transformação da técnica, mas também como princípio dinâmico e “sujeito” dos processos de transformação. A explicação dos fenômenos humanos e naturais como submetidos a um mesmo conjunto de princípios ou forças rigorosamente uniformes acaba por levar a um questionamento radical das próprias noções de “natureza” e “humanidade”. Pensar a natureza implica pensar o ser humano. A natureza pode ser vista tanto como coisa mecânica quanto como ser vivo, o ser humano pode ser visto tanto como criador de coisas novas quanto como organismo que busca a conservação. Desde os antigos, a natureza é pensada como ponto de partida e de chegada da sabedoria humana; entre os modernos, também há os que consideram o universo como uma realidade dinâmica submetida à atuação de forças naturais e igualmente da liberdade humana, produzindo diversidade e multiplicidade. A “natureza humana” impõe desafios à compreensão da “natureza” como máquina, mas a visão holística de uma unidade orgânica do mundo não pode prescindir da crítica racional dos limites do conhecimento e do poder humanos. A partir do confronto entre o “humano” e o “natural”, este dossiê pretende chamar a atenção da comunidade para diferentes e mais profundas formas de se pensar a natureza e nossa intervenção sobre ela. O presente número especial convida todos os interessados a contribuírem com trabalhos acadêmicos de teor filosófico sobre o tema da “natureza”, com foco, seja no seu conceito, seja na discussão de uma ou mais abordagens filosóficas a respeito, seja nas relações entre “natureza” e “ser humano”, seja nos problemas ecológicos do mundo atual, ou temas afins. Esta chamada aceitará trabalhos em português, espanhol, italiano, francês e inglês.

Submissões até 30/09/2025