As concepções africanas do ser humano: leituras críticas a partir da Bantu Philosophy de Placide Tempels

Ano 13 nº 26 2021 • Argumentos: Revista de Filosofia (UFC)

Autor: Tiago Tendai Chingore, Elnora Gondim

Resumo:

O artigo debate sobre as concepções africanas do Ser humano a partir da Bantu Philosophy de Placide Tempels, partindo da obra African Philosophy: Myth and Reality. Procuramos fazer uma desconstrução e construção da crítica avançada, à etnofilosofia de Placide Tempels na sua obra Bantu Philosophy (Filosofia Bantu). Portanto, falar de Placide Tempels evoca, de certo modo, toda uma série de questões e debates que estão intimamente relacionados com a existência da primeira tentativa de construir e sistematizar a filosofia africana. Na verdade, não se pode falar da filosofia africana sem fazer menção à Tempels em sua obra Bantu Philosophy de (1945). Tempels foi o primeiro autor que trouxe a questão de filosofia “Bantu” à superfície. Neste contexto, a obra African Philosophy: Myth and Reality de Paulin Hountondji, criou um movimento intelectual bastante forte, que despoletou debates filosóficos fervorosos nos últimos anos. No seu prefácio, Hountondji inicia o debate considerando Husserl, como sendo o filósofo que teria criado algumas formas, técnicas e ideias intelectuais que permitiram a filosofia de ser uma ciência rigorosa. Na mesma linha de pensamento, Hountondji evoca René Descartes no seu Cogito, onde defendia que todas as doutrinas deveriam possuir um valor, uma responsabilidade intelectual e uma justificação lógico-racional. Para tanto, o trabalho apresenta-se estruturado em duas partes, onde na primeira parte: faço uma fundamentação do pensamento de Placide J. Tempels e da sua teoria sobre a Filosofia Bantu, descrevo seu perfil, sua concepção de ontologia Bantu e a sua visão em torno da filosofia bantu. Na segunda parte, apresento a ideia proposta por Paulin Hountondji e a sua crítica unanimista à etnofilosofia de Tempels, onde apresento as influências que ele teve, a crítica que faz à etnofilosofia de Tempels, aqui invoco vários filósofos africanos que abordam sobre o tema em estudo, e, por fim, as considerações finais.

Abstract:

The article discusses the African conceptions of the Human being from the Bantu Philosophy of Placide Tempels, starting from the work African Philosophy: Myth and Reality. We seek to deconstruct and construct advanced criticism, to the ethnophilosophy of Placide Tempels in his work Bantu Philosophy (Philosophy Bantu). Therefore, speaking of Placide Tempels evokes, in a way, a whole series of questions and debates that are closely related to the existence of the first attempt to construct and systematize African philosophy. In fact, one cannot speak of African philosophy without mentioning Tempels in his Bantu Philosophy (1945). Tempels was the first author to bring the “Bantu” philosophy issue to the surface. In this context, the work African Philosophy: Myth and Reality by Paulin Hountondji, created a very strong intellectual movement, which triggered fervent philosophical debates in recent years. In his preface, Hountondji begins the debate by considering Husserl, as the philosopher who would have created some forms, techniques and intellectual ideas that allowed philosophy to be a rigorous science. In the same line of thought, Hountondji evokes René Descartes in his Cogito, where he argued that all doctrines should have a value, an intellectual responsibility and a logical-rational justification. To this end, the work is structured in two parts, where in the first part: I provide a foundation for the thinking of Placide J. Tempels and his theory on Bantu Philosophy, I describe his profile, his conception of Bantu ontology and his vision around Bantu philosophy. In the second part, I present the idea proposed by Paulin Hountondji and his unanimous criticism of Tempels ‘ethnophilosophy, where I present the influences he had, the criticism he makes of Tempels’ ethnophilosophy, here I invoke several African philosophers who address the subject under study, and, finally, the final remarks.

ISSN: 19844255

DOI: https://doi.org/10.36517/Argumentos.26.6

Texto Completo: http://periodicos.ufc.br/argumentos/article/view/60090

Palavras-Chave: Filosofia Africana. Etnofilosofia. Ontologia. Força vital. Ser Humano.

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