As alusões a primeira parte de Assim falou Zaratustra nas Cartas de Nietzsche: a criação como perspectiva artística e educativa

Ano 13 nº 26 2021 • Argumentos: Revista de Filosofia (UFC)

Autor: Enock da Silva

Resumo:

Durante os anos de 1881 e 1885, Nietzsche teve as primeiras intuições, escreveu e publicou a obra Assim falou Zaratustra. No presente texto, nos deteremos às circunstâncias que ladearam este acontecimento tendo como base as correspondências que o filósofo escreveu para várias pessoas no período. Serão abordados apenas os momentos iniciais nos quais se retrata o Zaratustra, quando o pensador alemão  destaca a relação sempre presente nas missivas, entre pensamento e natureza; estabelece proximidade entre o ato de escrever, atividade que ele entendia como tarefa, ao pensamento e a vida. Nietzsche avaliou também os seus problemas pessoais de saúde e ao mesmo tempo, o da debilidade coletiva, o que exigia uma “ajuda a si mesmo”, para enfrentar tanto as enfermidades pessoais, como aquelas impostas pela vida gregária. A  arte, nas suas diversas manifestações, mas, sobretudo a música figuraram como meios educativos e curativos, através dos quais ele pode buscar impulso para criar, para ser um soldado, capaz de dar vida a uma obra pujante, como o Zaratustra. Um livro sério e alegre, gestado dentro de uma ambiência particular e social na qual era necessário transformar “o sofrimento em ouro”.

Abstract:

During the years 1881 and 1885, Nietzsche had his first intuitions, wrote and published the work Thus spoke Zarathustra. In the present text, we will focus on the circumstances that bordered this event based on the correspondences that the philosopher wrote to several people in the period. Only the initial moments in which the Zarathustra is portrayed will be addressed, when the German thinker highlights the relationship that is always present in the missives, between thought and nature; it establishes proximity between the act of writing, an activity that he understood as a task, with thought and life. Nietzsche also assessed his personal health problems and, at the same time, that of collective weakness, which required “help to himself”, to face both personal illnesses and those imposed by gregarious life. Art, in its diverse manifestations, but, above all, music figured as educational and curative means, through which he can seek impulse to create, to be a soldier, capable of giving life to a powerful work, such as the Zarathustra. A serious and cheerful book, created within a particular and social environment in which it was necessary to transform “suffering into gold”.

ISSN: 19844255

DOI: https://doi.org/10.36517/Argumentos.26.7

Texto Completo: http://periodicos.ufc.br/argumentos/article/view/61275

Palavras-Chave: Educação. Arte. Sofrimento. Criação.

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