Levinas e os Caminhos da Filosofia

Ano 2 n°3 2010 • Argumentos: Revista de Filosofia (UFC)

Autor: Demetrius Oliveira Tahim

Resumo:

Para Emmanuel Levinas (1906 - 1995), a filosofia, assim como, as ciências podem caracterizar-se pela busca da verdade, todavia, mesmo sendo uma caracterização ampla e, de início, vazia, esta busca pode tomar dois caminhos: o primeiro caminho é aquele em que a verdade está estreitamente ligada à experiência. Aquele que pensa mantém na verdade uma relação com aquilo que é distinto dele, verdade implica uma relação com a exterioridade, com a transcendência, com o estranho. Contudo, verdade significa também a investigação livre por parte do ser pensante onde este não encontra qualquer restrição enquanto liberdade de investigação. Essa liberdade é o próprio exercício de negação do outro, um não alienar-se em seu movimento, pois, o contato com uma realidade outra não impede sua marcha. Destarte, a busca da verdade como exercício da liberdade pode ser entendido como a marcha da autonomia, caminhada do mesmo. A filosofia não seria outra coisa senão essa caminhada de apropriação do ser pelo homem no decorrer da história. Dito isso, o objetivo deste trabalho é discorrer sobre a escolha que a filosofia fez, ou seja, que esta pendeu, na maior parte de seu percurso, para a defesa da liberdade e, consequentemente, para o mesmo, proclamando, assim, a anterioridade da autonomia em detrimento da heteronomia: a "violência" e a apropriação estariam justificadas.

Abstract:

To Emmanuel Levinas (1906 – 1995), philosophy, as well as sciences, may be represented by the pursuit of truth; however it’s a wild representation and empty at first. Such pursuit may take two paths: the first is the one the truth is closely attended with experience. Who thinks keeps, in truth, a relationship with what is different from him. Truth involves relationship with exteriority, with transcendence and with the other. However, truth means a free investigation on the part of the thinker, who does not find any limitations of inquiring. Such truth is the practice of denying the other itself, not been alienated in its own movement, for the contact with the other’s reality does not prevent its progress. From this, the pursuit of truth, as a practice of freedom, may be understood as a walk of the autonomy, its own walk. Philosophy could not be other than that walk of appropriation of existence by the man, along the history. Said that, the purpose of this work is to discourse about the choice the philosophy made, it is, lost most part of its journey in benefit of the defense of liberty and, consequently, of itself, proclaiming the anteriority of autonomy to the detriment of heteronomy: “violence” and appropriation would be explained.

ISSN: 19844255

Texto Completo: http://periodicos.ufc.br/argumentos/article/view/18958

Palavras-Chave: Verdade. Autonomia. Heteronomia. Ética.

Argumentos: Revista de Filosofia (UFC)

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