Do ser se segue Deus? Considerações sobre a filosofia sistemático-estrutural de Lorenz B. Puntel

Ano 9 n°17 2017 • Argumentos: Revista de Filosofia (UFC)

Autor: Ricardo Lavalhos Dal Forno

Resumo:

Apresentaremos basicamente a metafísica sistemático-estrutural de Puntel, mostrando como nela Deus é derivado da noção de ser, para posteriormente defendermos a ideia de que ser e Deus não devem ser confundidos. Utilizaremos a tese de Markus Gabriel que mostra a impossibilidade de o domínio de todos os domínios existir e a compreensão da ambiguidade fundamental do ser na filosofia de Walter Benjamin. Segundo Gabriel, as filosofias do todo geram uma duplicação ontológica: a totalidade reproduz-se no interior de si mesma, não havendo nunca a determinação do domínio último. Já Benjamin propõe que não há um sentido absoluto de ser, mas múltiplas maneiras de compreender e combinar seus sentidos. A decisão de permanecer na fugacidade do ser leva a seguinte definição de metafísica: um discurso geral cujo objetivo não é um determinado sentido da realidade, mas a origem da própria pluralidade de sentidos - o ser. O ser, então, deve ser entendido como um nome para uma facticidade que, por sermos finitos, não conseguimos superar e esgotar teoricamente. Ser, portanto, não deve ser confundido com Deus. Ele não é o fiador transcendente, mas um conceito que de todo modo se impõe quando queremos pensar o mundo e os entes.

Abstract:

It will be basically presented the sistematic-structural philosophy of Puntel, showing how in it God is derived from the notion of being, to posteriorly defend the idea that the being and God must not be confused. Markus Gabriel’s thesis will be used which shows the impossibility of the domain of all the domains exist and the comprehension of the fundamental ambiguity of the being in the philosophy of Walter Benjamin. According to Gabriel, the philosophy of the entire generate an ontological doubling: the totality reproduces in the interior of itself, never having the determination of the last domain. Yet Benjamin proposes that there is no absolute sense of being, but multiple ways of comprehend and combine your senses. The decision to remain in fugacity of being leads to the following definition of metaphysical: a general discourse which objective is not a determined sense of reality, but an origin of the own plurality of the senses – the being. The being, then, must be understood as a name for a facticity that, because we are finite, we can not overcome and deplete theoretically. The being, therefore, must not be confused with God. He is not the transcendent guarantor, but the concept that is imposed in every way when we want to think the world and the loved ones.

ISSN: 19844255

Texto Completo: http://periodicos.ufc.br/argumentos/article/view/19965

Palavras-Chave: Ser. Deus. Metafísica. Lorenz Puntel. Walter Benjamin. Markus Gabriel.

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