O papel da desobediência civil em sociedades de massas não-totalitárias em Arendt
v. 24 n. 2 (2019) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade
Autor: Nathalia Rodrigues da Costa
Resumo:
Margareth Canovan e Jean Cohen e Andrew Arato apresentam críticas à análise de Hannah Arendt da sociedade de massas. Tais críticas convergem para um diagnóstico: a análise de Arendt é influenciada pela sua abordagem do totalitarismo e isso teria prejudicado sua atenção para os potenciais democráticos das sociedades democráticas contemporâneas. Na contramão dessas críticas, defende-se neste artigo que, se interpretarmos o tema da sociedade de massas a partir da distinção entre sociedade de massas não-totalitária e sociedade de massas totalitária, enxergamos a atenção de Arendt para os potenciais democráticos das sociedades não-totalitárias ainda massificadas, sobretudo, na sua análise dos movimentos de Desobediência Civil.
Abstract:
Margareth Canovan and Jean Cohen and Andrew Arato criticize Hannah Arendt's analysis of mass society. Such criticisms converge on a diagnosis: Arendt's analysis is influenced by her approach of Totalitarianism and this would have undermided her attention to the democratic potentials of contemporary democratic societies. On the opposite way, it is argued in this article that if we interpret the theme of mass society from the distinction between non-totalitarian mass society and totalitarian mass society, we see Arendt's attention to the democratic potentials of the non-totalitarian societies still massified, especially in their analysis of the movements of Civil Disobedience.
ISSN: 2318-9800
DOI: DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v24i2p13-28
Palavras-Chave: Hannah Arendt, desobediência civil, sociedade de massas
Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade
Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.
Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.