A objeção de Thomas Reid à teoria humiana da identidade pessoal

v. 24 n. 2 (2019) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Vinícius França Freitas

Resumo:

O artigo comenta a objeção de Thomas Reid à teoria da identidade pessoal de David Hume. A hipótese avançada afirma que a crítica reidiana não é efetiva porque se baseia numa compreensão equivocada da teoria humiana, a saber, que Hume teria admitido uma tese ontológica negativa – a inexistência de uma mente para além do campo das percepções – e uma tese ontológica positiva – a redução da mente apenas a um feixe de percepções. Após explicar em que medida a crítica de Reid se baseia nesta compreensão, o artigo mostra em que medida Hume não assume nenhuma das duas teses.

Abstract:

The paper discusses Thomas Reid's objection to David Hume's theory of personal identity. The hypothesis states that this criticism is not effective because it is based on a misunderstanding of Hume’s theory, namely, that Hume would have admitted a negative ontological thesis - the inexistence of a mind beyond perceptions - and a positive ontological thesis - a mind reduced to a bundle of perceptions. After explaining in what measures Reid’s objection is based upon this misunderstanding, the paper shows why Hume does not accept those theses.

DOI: DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v24i2p53-69

Palavras-Chave: Hume, Reid, mente, identidade pessoal, eu

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.