A resposta hegeliana ao problema do critério

v. 24 n. 2 (2019) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Ediovani Antônio Gaboardi

Resumo:

Este artigo aborda o problema do critério, definido como a circularidade entre demonstração e critério, na Fenomenologia do espírito. Hegel vale-se desse problema para criticar a epistemologia kantiana, acusando-a de sucumbir ao Trilema cético e de negar à justificação seu papel precípuo de atestar a verdade. Hegel lida com o problema do critério através da exposição fenomenológica, uma forma de demonstração que parte de critérios provisórios, assumidos pelas pretensões de conhecimento em disputa. Além disso, Hegel nega a legitimidade da exigência de um critério de justificação que não esteja contido no conteúdo a ser avaliado.

Abstract:

This article addresses the problem of the criterion, defined as the circularity between demonstration and criterion, in the Phenomenology of spirit. Hegel uses this problem to criticize Kantian epistemology, accusing it of succumbing to the skeptic Trilema and denying to justification its primary role of attesting the truth. Hegel deals with the criterion problem through phenomenological exposition, a form of demonstration that starts from provisional criteria, assumed by the pretensions of knowledge in dispute. In addition, Hegel denies the legitimacy of the requirement of a justification criterion that is not contained in the content to be evaluated.

DOI: DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v24i2p71-86

Palavras-Chave: problema do critério, hegel, exposição fenomenológica

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.