A antropologia de Rousseau no Anúncio do Prof. I. Kant de 1765-1766

v. 24 n. 2 (2019) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Leonardo Rennó Ribeiro Santos

Resumo:

O impacto da antropologia rousseauísta no pensamento antropológico que Kant começou a formar no interior do seu curso sobre geografia física, sobretudo no que diz respeito à redefinição metodológica provocada pelo Segundo Discurso de Rousseau, não se encontra confirmado e nem mesmo completamente mapeado pela Kantsforschung. O presente artigo propõe uma interpretação que destaca essa influência no texto Anúncio do Prof. I. Kant de 1765-1766 e, em seguida, considera um ponto cego crucial nas posições assumidas por B. Erdmann (1882), J. Schmucker (1961) e H. Wilson (2006, 2018) a respeito da relevância da geografia física na estruturação da antropologia kantiana.

Abstract:

Kant began devising his anthropological thinking during his course on Physical Geography, particularly inspired by the methodological redefinition brought about by Rousseau’s Second Discourse. Nevertheless, the impact of Rousseaunian anthropology over Kant’s anthropological thinking has never been confirmed (nor even fully mapped) by Kantsforschung. This article proposes an interpretation that sheds light on such influence as perceived in Kant’s Announcement for the Winter Semester 1765-1766 and proceeds to address a critical blind spot found in the analyses proposed by B. Erdmann (1882), J. Schmucker (1961), and H. Wilson (2006, 2018) on the relevance of Physical Geography to the structuring of Kantian anthropology.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v24i02p121-136

Palavras-Chave: antropologia, geografia física, Rousseau, Kant

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.