Desfazendo o Reconhecimento? Além de concepções negativas e positivas de intersubjetividade

v. 25 n. 3 (2020) - Dossiê Axel Honneth • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Ingrid Cyfer

Resumo:

O objetivo deste artigo é discutir deslocamentos teóricos na obra tardia de Judith Butler tendo em vista o modo como desafiam a distinção entre teorias positivas e negativas de intersubjetividade, conforme a distinção proposta por Rahel Jaeggi. A principal hipótese a ser defendida aqui é a de que a noção de ambivalência que Butler tem sustentado desde meados dos anos 2000, inclusive em seu debate com Axel Honneth, oferece uma contribuição crucial para a teoria crítica contemporânea diagnosticar patologias sociais e buscar potenciais emancipatórios em tempos de profunda e violenta polarização.

Abstract:

The purpose of this article is to discuss how Judith Butler’s late work challenges the distinction between positive and negative theories of intersubjectivity, as proposed by Rahel Jaeggi. The main hypothesis here is that this challenge has to do with her approach to ambivalence since mid-2000s, including her debate with Axel Honneth, which offers a key contribution to contemporary critical theory to diagnose social pathologies and search for emancipatory potentials in times of deep and violent polarization.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v25i3p59-74

Palavras-Chave: Reconhecimento, Judith Butler, Ambivalência

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.