Metaforologia entre História dos Conceitos e Não-Conceitualidade: uma recepção intempestiva de Hans Blumenberg

v. 25 n. 4 (2020) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Luiz Filipe Araújo Alves

Resumo:

O presente artigo discute as transições que ocorreram quanto à metaforologia no pensamento de Hans Blumenberg (1920-1996), especialmente demarcando as possibilidades de sua recepção no Brasil. A metaforologia enquanto um dos projetos filosóficos de Blumenberg foi gestada nas discussões que envolveram a história dos conceitos nos anos de 1950 e sofreu significativas alterações a partir da década de 1970, em particular através dos influxos cada vez maiores da fenomenologia. Tais discussões levaram a uma revisão da própria metaforologia a partir de uma teoria da não-conceitualidade, a qual - quanto aos seus fins - não estaria em sintonia com uma história dos conceitos.

Abstract:

The present paper outlines the transitions that occurred in the metaphorology of Hans Blumenberg's (1920-1996), especially emphasizing the possibilities of its reception in Brazil. Metaphorology as one of Blumenberg's philosophical projects was conceived in the discussions that involved the history of concepts in the 1950s and has experienced significant changes since the 1970s, particularly through the increasing influxes of phenomenology. These discussions led to a reexamination of metaphorology itself based on a theory of non-conceptuality, which as to its aims would not be in harmony with a history of concepts.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v25i4p13-30

Palavras-Chave: Hans Blumenberg, Metaforologia, História dos Conceitos, Não-conceitualidade

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.