Alfred Sohn-Rethel e a técnica napolitana: Uma chave para leitura da experiência da ?Escola de Frankfurt? e das contradições da tecnologia nas periferias

v. 25 n. 4 (2020) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Thiago Ferreira Lion

Resumo:

Este artigo analisa, principalmente a partir do texto Das Ideal des Kaputten: Über neapolitanische Technik do filósofo alemão Alfred Sohn-Rethel, a contradição entre o desenvolvimento da técnica no capitalismo e sua utilização “quebrada”, isto é, como “gambiarra”, na periferia do sistema. Nesse sentido, a atrasada Nápoles dos anos 1920 serve como contraste à organização da realidade pelo desenvolvimento mais acabado da forma mercadoria na Alemanha, resultando numa experiência que parece ter influenciado profundamente o pensamento da “Escola de Frankfurt”. A apreensão de tal dinâmica parece-nos ainda hoje permitir entender aspectos do desenvolvimento capitalista nas periferias do mundo.

Abstract:

This article analyzes, mainly from the text Das Ideal des Kaputten: Über neapolitanische Technik by the German philosopher Alfred Sohn-Rethel, the contradiction between the development of the technique in capitalism and its “broken” use in periphery of the system. The underdeveloped Naples of the 1920s serves as a contrast to the organization of reality by the development of the commodity form in Germany, resulting in an experience that seems to have profoundly influenced the thinking of the “Frankfurt School”. The apprehension of such dynamics still helps to understand aspects of the capitalist development in the peripheries of the world.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v25i4p163-174

Palavras-Chave: Alfred Sohn-Rethel, Escola de Frankfurt, técnica, forma mercadoria, periferia

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.