Hannah Arendt e Ruy Fausto sobre a gênese do totalitarismo de esquerda

v. 26 n. 2 (2021) - Edição especial - Dossiê Ruy Fausto • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Yara Frateschi

Resumo:

O presente artigo reconstrói as análises que Hannah Arendt e Ruy Fausto fazem das origens do totalitarismo de esquerda a fim de mostrar que, embora Fausto pretenda preencher uma lacuna deixada por Arendt, o caminho que ele segue ao traçar a gênese do totalitarismo soviético é o mesmo seguido por ela nos anos 1950 e 1960 e vai do stalinismo para o leninismo, para o bolchevismo chegando ao jacobinismo, sem descuidar do importante legado de Marx e também do menos evidente legado das filosofias modernas do progresso.

Abstract:

This article reconstructs Hannah Arendt and Ruy Fausto's analysis of the origins of left-wing totalitarianism in order to show that, although Fausto intends to fill a gap left by Arendt, the path he follows in tracing the genesis of Soviet totalitarianism is the same followed by her in the 1950’s and 1960’s and goes from Stalinism to Leninism, to Bolshevism to Jacobinism, without neglecting the important legacy of Marx and also the less evident legacy of the modern philosophies of progress.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v26i2p27-43

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/190593

Palavras-Chave: Hannah Arendt, Ruy Fausto, Totalitarismo, Jacobinismo, Bolchevismo

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.