Aspectos da reconstituição da dialética em Ruy Fausto
v. 26 n. 2 (2021) - Edição especial - Dossiê Ruy Fausto • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade
Autor: Renata Guerra e Bruno Serrano
Resumo:
O artigo pretende examinar alguns aspectos do programa de reconstituição da dialética perseguido por Ruy Fausto em sua interpretação do pensamento de Marx. Para tanto, apresentamos brevemente, na primeira parte, elementos da formação desse programa na vertente frankfurtiana da assim chamada Neue Marx-Lektüre, iniciada em meados dos anos 1960, esforço ao qual Fausto associa seu projeto teórico. Na segunda parte, discutimos três características de sua reconstituição da dialética, a saber: o lugar da metafísica na teoria do capitalismo, a função da contradição e o processo de interversão da liberdade. No fim, sugerimos que, com tal conceito de interversão, o programa de Fausto pretendia se abrir ao campo do vivido, procurando assim religar lógica e prática política.
DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v26i2p111-132
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/183405
Palavras-Chave: Marx, lógica dialética, crítica da economia política, teoria do valor
Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade
Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.
Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.