Presença, estrutura, morte: Derrida leitor de Husserl

v.26 n.03 (2021) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Daniel Guilhermino

Resumo:

O artigo tematiza a interpretação da doutrina da significação de Husserl que Derrida elabora em A Voz e o Fenômeno e a contrasta com a doutrina semiótica das Investigações Lógicas. Para tanto, dois argumentos são levantados com respeito à análise de Derrida sobre a relação entre signo e coisa e entre signo e morte. O objetivo é mostrar que as conclusões de Derrida não se seguem das premissas de Husserl. Com isso, pretendese, minimamente, não só problematizar a “desconstrução” enquanto modelo de leitura de textos filosóficos, como também trazê-la ao debate propriamente filosófico.

Abstract:

The paper discusses Derrida's interpretation of Husserl's doctrine of meaning in Voice and Phenomenon and contrasts it with the semiotic doctrine of the Logical Investigations. To this end, two arguments are raised with respect to Derrida's analysis about the relation between sign and thing and between sign and death. The aim is to show that Derrida's conclusions do not follow from Husserl's premises. With this, it is intended, at least, not only to problematize “deconstruction” as a model for reading philosophical texts, but also to bring it into the philosophical debate itself.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v26i3p59-74

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/185564

Palavras-Chave: Derrida, Husserl, Desconstrução, Signo

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.