Questões de Método na Física B2 de Aristóteles

Série 3 v. 16 n. 1 • Cadernos de História e Filosofia da Ciência

Autor: Arlene Reis

Resumo:

Aristóteles, em Física B2, continua a percorrer o roteiro deinvestigação já iniciado nos capítulos anteriores da Física, passando a esclarecer mais um aspecto da especificidade do objeto da Ciência da Natureza (não separável – xwristo//n – do movimento no pensamento) em
confronto com o objeto da Matemática (separável do movimento no pensamento). Indica também o critério que estabelece a justa medida desta não separabilidade, e tal critério, evidenciando o sentido de fim, permite visualizar de que modo há, para o Estagirita, teleologia na natureza. Por outro lado, em B2, o sentido do objeto da Ciência da Natureza como algo não separável do movimento não é explicado segundo a visão convencional de ciência, defendida pelo próprio Aristóteles em outros contextos de seus escritos. Faltam-lhe elementos para construir,
em B2, uma definição de tal termo, resta-lhe o recurso da comparação proporcional ou analogia. A analogia é, em B2, um método utilizado não só para explicar a separabilidade do objeto da Ciência da Natureza em relação ao movimento, mas também, para mostrar através de um confronto entre arte e natureza, a justa medida desta não separabilidade. Assim, a
analogia constitui-se, para Aristóteles, neste capítulo da Física, num método de justificação do verdadeiro sentido de teleologia.

Texto Completo: https://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/cadernos/article/view/597

Palavras-Chave: Aristóteles, Física, Separabilidade,Ciência d

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