Berkeley: Uma física sem causas eficientes

Série 3 v. 18 n. 2 • Cadernos de História e Filosofia da Ciência

Autor: Silvio Seno Chibeni

Resumo:

A tese da inexistência de causas eficientes no mundo corporal desempenha papel central na filosofia de Berkeley. Neste trabalho mostra-se, inicialmente, como Berkeley a deriva a partir de sua concepção idealista de corpo e da tese da transparência epistêmica das idéias. Passa-se, depois, ao exame de diversas de suas implicações no âmbito da filosofia da ciência: a concepção de leis naturais, as funções preditiva e explicativa dessas leis, o estatuto epistemológico das hipóteses científicas, o confronto entre o mecanicismo estrito e a visão newtoniana da mecânica, etc. Destaca-se, em cada etapa, como as posições defendidas por Berkeley de fato se enquadram em seu projeto de tornar as ciências naturais "mais fáceis e úteis", pela adesão a um referencial empirista estrito. Ressalta-se, por fim, o cuidado que Berkeley teve de, havendo ele próprio discutido e proposto teses metafísicas diversas e bem conhecidas, separar nitidamente os domínios da filosofia natural e da metafísica. Alguns paralelos importantes entre as teses berkeleyanas no primeiro desses domínios e posições empiristas e anti-realistas na filosofia da ciência contemporânea são brevemente indicados ao longo do artigo. 

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Palavras-Chave: Berkeley,Filosofia natural,Explicações cientí

Cadernos de História e Filosofia da Ciência

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