Revisitando a tese da indeterminação da referência de Quine

Série 3 v. 21 n. 2 • Cadernos de História e Filosofia da Ciência

Autor: Araceli Rosich Soares Veloso

Resumo:

Neste artigo, procuramos tornar mais clara a tese da indeterminação da referência de Quine. Para explicar a tese de Quine, vamos considera-la como um “teorema” que chamaremos de “teorema do automorfismo de Quine”. Segundo esse teorema, haveria maneiras alternativas de se reconstruir a estrutura gramatical de
qualquer língua, incluindo aí a predicação, maneiras essas que seriam compatíveis com todas as nossas predisposições para comportamento verbal, porém incompatíveis entre si. Ou seja, haveria uma indeterminação intrínseca na estrutura gramatical interna de qualquer língua. Essa indeterminação será mostrada, como faz Quine, através da possibilidade de se construir manuais alternativos que se adéquem a totalidade de proferimentos às estimulações disponíveis. Ao “provar” esse teorema, estaremosmostrando como a tese da indeterminação da referência de Quine projeta uma indeterminação em princípio no próprio coração da teoria das extensões, qual seja, a ideia de que não é só a intensão que pode ser indeterminada, a extensão  também sofre da mesma dificuldade. Para tornar mais clara e compreensível a construção dos manuais
alternativos, usaremos noções da lógica como, por exemplo: “estruturas”, “modelos” e “morfismos”.

Texto Completo: https://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/cadernos/article/view/535

Palavras-Chave: Quine, tese da indeterminação da referência,m

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