Aspectos transcendentais, compromissos ontológicos e elementos naturalistas no pensamento de Nietzsche

Número 29 (2011) • Cadernos Nietzsche

Autor: BÉATRICE HAN-PILE

Resumo:

As concepções de Nietzsche sobre o conhecimento foram interpretadas de pelo menos três maneiras incompatíveis – como transcendental, naturalista e protodesconstrucionista. Enquanto as duas primeiras compartilham um compromisso com a possibilidade de uma verdade objetiva, a terceira leitura nega isso, ao enfatizar as afirmações de Nietzsche sobre o caráter necessariamente falsificador do conhecimento humano (a chamada teoria do erro). Este artigo examina as maneiras pelas quais sua obra pode ser reconstruída como a procura de formas de superar a oposição estrita entre naturalismo e filosofia transcendental, mesmo levando inteiramente em consideração a teoria do erro (interpretada de forma não-literal, como uma advertência hiperbólica contra formas acríticas de realismo). Fazendo isso, o artigo esclarece a natureza dos compromissos ontológicos de Nietzsche, tanto na obra jovem quanto na madura, e mostra que sua relação com o idealismo transcendental é mais sutil do que admitem os intérpretes naturalistas, enquanto, por outro lado, explica a impossibilidade de conceber as condições de possibilidade de conhecimento como genuinamente a priori.

ISSN: 2316-8242

Texto Completo: http://gen.fflch.usp.br/sites/gen.fflch.usp.br/files/u41/artigo5.pdf

Palavras-Chave: filosofia transcendental,naturalismo,ontologi

Cadernos Nietzsche

Os "Cadernos Nietzsche" visam a constituir um forum de debates em torno das múltiplas questões colocadas acerca e a partir da reflexão nietzschiana.

Nos cem anos que nos separam do momento em que o filósofo interrompeu a produção intelectual, as mais variadas imagens colaram-se à sua figura, as leituras mais diversas juntaram-se ao seu legado. Conhecido sobretudo por filosofar a golpes de martelo, desafiar normas e destruir ídolos, Nietzsche, um dos pensadores mais controvertidos de nosso tempo, deixou uma obra polêmica que continua no centro da discussão filosófica. Daí, a oportunidade destes cadernos."