Vontade de potência e interpretação como pressupostos de todo processo orgânico

Número 28 (2011) • Cadernos Nietzsche

Autor: DIEGO SÁNCHEZ MECA

Resumo:

As leituras que, entre 1881 e 1883, Nietzsche empreende de diversos tratados de ciências naturais, em especial os de teoria celular de Rudolf Virchow, Wilhelm Roux e Claude Bernard, são decisivas para configurar o modo específico e original com que o filósofo compreenderá o mundo como vontade de potência e, por conseqüência, os organismos vivos e o homem. É, pois, no contexto dessas leituras que nasce a concepção hermenêutica da verdade em Nietzsche e o critério de validação das interpretações, a saber: em que medida contribuem para uma intensificação da potência ou, o que é o mesmo, em que medida são capazes de impor-se a outras interpretações e vencê-las. Neste artigo se desenvolve, assim, a ideia de que toda interpretação não é nada além de um sintoma de crescimento ou de decadência, de modo que uma interpretação que favorece o aumento de potência é mais “verdadeira” que as que somente servem para conservar a vida e torná-la suportável. Tal é o contexto para que se compreenda a afirmação nietzschiana de que o conhecimento não passa de um erro útil impossível de transcender em favor “da verdade”.

ISSN: 2316-8242

Texto Completo: http://gen.fflch.usp.br/sites/gen.fflch.usp.br/files/u41/CN_28_013_047_artigo_1.pdf

Palavras-Chave: vontade de potência,interpretação,conheciment

Cadernos Nietzsche

Os "Cadernos Nietzsche" visam a constituir um forum de debates em torno das múltiplas questões colocadas acerca e a partir da reflexão nietzschiana.

Nos cem anos que nos separam do momento em que o filósofo interrompeu a produção intelectual, as mais variadas imagens colaram-se à sua figura, as leituras mais diversas juntaram-se ao seu legado. Conhecido sobretudo por filosofar a golpes de martelo, desafiar normas e destruir ídolos, Nietzsche, um dos pensadores mais controvertidos de nosso tempo, deixou uma obra polêmica que continua no centro da discussão filosófica. Daí, a oportunidade destes cadernos."