Teorias do Intelecto na Idade Média Latina. De anima III, cap. 5 de Aristóteles e sua tradição medieval

v.34 n.72 set./dez. 2020 • Educação e Filosofia

Autor: Jakob Hans Josef Schneider

Resumo:

No capítulo 5 do Livro III De anima (430a10-19) Aristóteles distingue entre o νο?ς ποιητικ?ς (nous poietikós), chamado pelos Latinos intellectus agens (intelecto agente), e νο?ς παθητικ?ς (nous pathetikós), chamado pelos Latinos intellectus passivus, ou seja, intellectus possibilis (intelecto possível), termos técnicos e filosóficos mais comuns. O capítulo 5 é de grande importância não só para a filosofia antiga e para os comentadores das obras de Aristóteles, como os comentários de Teofrasto, de Alexander de Afrodisias, de Simplício e Themístius entre outros, mas também para a filosofia do mundo árabe e da Europa latina. Sabe-se que Aristóteles não escreveu um tratado próprio sobre o intelecto, embora possam ser encontradas várias observações acerca do intelecto em suas obras. Os tratados do Intelecto começam com Al-Kindi, Al-Farabi, Avicena e sobretudo Averróis, e se refletem, num sentido crítico e afirmativo, (nos debates) dos tratados latinos, por exemplo, nos tratados de Alberto Magno, de Tomás de Aquino, de Sigério de Brabant entre outros. Este artigo apresenta observações preliminares e preparatórias ao projeto de traduções bilíngue (Latim-Português) dos tratados medievais sobre o intelecto ‘Teorias do Intelecto na Idade Média’ que está em desenvovlimento no Centro Internacional de Estudos Medievais da UFU.

Abstract:

In the chapter 5 of the III. Book of De anima (430a10-19) Aristotle distinguishes between the νο?ς ποιητικ?ς (nous poietikós) called by the Latins intellectus agens (agent intellect) and the νο?ς παθητικ?ς (nous pathetikós) called by the Latins intellectus passivus, or intellectus possibilis (possible intellect), most common technical and philosophical terms. The chapter 5 is of great importance not only to ancient philosophy and to the commentators of Aristotle’s works such as the commentaries of Theophrastus, Alexander of Aphrodisias, of Simplicius, and Themistius among others, but also to the philosophy of the Arabic World and the Latin Europe. One knows well that Aristotle does not have written a proper treatise on intellect; although there are several observations about the intellect in his works. Separate treatises begin with Al-Kindi, Al-Farabi, Avicenna, and especially Averroes, which Latin treatises as of Albert the Great, Thomas Aquinas, Siger of Brabant among others reflect in a critical as well as an affirmative sense. This article can be read as preliminary and preparatory observations to a bilingual (Latin-Portuguese) translation project of treatises corresponding to ‘Theories of Intellect in the Middle Ages’ which is ongoing at the International Center for Medieval Studies at UFU.

ISSN: Impresso: 0102-6801 e Eletrônico: 1982-596X

DOI: https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v34n72a2020-53142

Texto Completo: http://www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/53142

Palavras-Chave: Unidade do intelecto; Imaginação; Intencionalidade; Luz intelectual e cognição.

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