ENKVIST, Inger. Educação: Guia para perplexos. Campinas-SP: Kirion, 2019. 142 p.

v.35 n.73 jan./abr. 2021 • Educação e Filosofia

Autor: José Normando Gonçalves Meira

Resumo:

Resenha do livro: ENKVIST, Inger. Educação: Guia para perplexos. Campinas-SP: Kirion, 2019. 142 p.

 Inger Enkvist é professora de literatura espanhola na Universidade de Lund, na Suécia e estudiosa das ideias pedagógicas e práticas educativas, com vasta publicação de ensaios e livros sobre o tema, analisando-o em suas aplicações em diferentes contextos. É conhecida por sua crítica às abordagens pedagógicas que se tornaram hegemônicas a partir da metade do século XX, as quais ela sintetiza sob o título de “ nova pedagogia”, contrastando-as com os pressupostos teóricos e práticas da chamada “pedagogia tradicional”. Na obra em análise, a autora procura esclarecer o conceito de “pedagogia tradicional” ou “educação tradicional” que, segundo ela, normalmente é apresentado de forma superficial, pejorativa e até caricatural. Remete-se à filosofia clássica para apresentar os fundamentos dessa tradição que já vem sendo negada desde que a educação passou a ser pensada dos pontos de vistas utilitarista e igualitarista, desde o século XIX, culminando na hegemonia de tais pressupostos em meados do século XX. Aponta a crise atual como, em grande parte, consequência dessa “nova” percepção. Nessa abordagem introdutória, propõe aos educadores o aprofundar-se no conhecimento dos conceitos e princípios educação tradicional, refletindo sobre as suas implicações práticas e os resultados obtidos por países que ainda os adotam. Realiza também uma avaliação dos pressupostos da “nova pedagogia” e as suas possíveis relações não apenas com os resultados da educação escolar, mas implicações sociais mais amplas. Aborda as diversas aplicações do conceito de educação e espaços onde ela é realizada, delimitando o seu enfoque a educação escolar e as suas relações. Discute os fundamentos epistemológicos da educação, o papel do professor, sua formação e postura profissional, as disciplinas escolares, seus objetivos e métodos de ensino e aprendizagem, bem como os papéis da instituição escolar, do aluno e a imprescindível colaboração da família. Aborda ainda a educação como política de Estado, refletindo sobre avaliações dos sistemas de ensino em diferentes contextos.

Enkvist (2019) discute inicialmente o conceito de educação em suas diversas aplicações e nos vários espaços de sua realização, enfatizando aquela que é produzida no âmbito da família e da escola. Nesse aspecto, apesar das diferenças de objetivos e fundamentação teórica, a abordagem lembra Brandão (2001), apontando quão amplo é este conceito e a diversidade de possibilidades de suas aplicações, sendo a educação escolar apenas uma delas. Mesmo sendo o objetivo da autora tratar especificamente da educação escolar, reconhece a necessidade de articular a sua abordagem aos outros aspectos e instituições relacionadas. Para ela, “a educação de um jovem é um projeto de colaboração entre o próprio jovem, a família, a escola e a sociedade” (p.71).

ISSN: Eletrônico: 1982-596X

DOI: https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v35n73a2021-57621

Texto Completo: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/57621

Palavras-Chave: Educação; Escola; Sociedade.

Educação e Filosofia

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