A filosofia erva-daninha como uma proposta para a descolonização de saberes na educação e resistência aos desafios contemporâneos

v.36 n.77 maio./ago. 2022 • Educação e Filosofia

Autor: Amanda Veloso Garcia

Resumo:

A educação brasileira está estruturada a partir da colonialidade do saber (QUIJANO, 2005) que permeia a história do nosso território, determinando uma monocultura da mente (SHIVA, 2003) na forma como entendemos o mundo. No entanto, uma educação que tem em seu cerne currículos monoculturais e silencia de diferentes maneiras o pensamento próprio e local, leva a uma relação subalterna com o conhecimento. Diante de enormes desafios que o mundo contemporâneo em crise tem imposto, é necessário que repensemos os currículos escolares a fim de promover uma educação mais significativa para o mundo que está por vir. Com este artigo, temos como objetivo apontar caminhos para lidar com as diferenças no contexto escolar, ressignificando o que de fato é “daninho” para o mundo de hoje. Analisaremos a relação entre a monocultura da mente e do solo e a colonialidade do saber, apontando o potencial dos saberes não hegemônicos para resistir à colonialidade e suas consequências. Traremos como proposta uma filosofia erva-daninha que procura aprender com aquilo que foi descartado e considerado “daninho” pelo saber hegemônico, e que apresenta saberes e estratégias que nos permitem resistir aos desafios contemporâneos de maneira humanizada. 

Abstract:

Brazilian education is structured based on the coloniality of knowledge (QUIJANO, 2005) that permeates the history of our territory, determining a monoculture of the mind (SHIVA, 2003) in the way we understand the world. However, an education that has monocultural curricula at its core silences own and local thinking in different ways, leads to a subordinate relationship with knowledge. In view of the enormous challenges that the contemporary world in crisis has imposed, it is necessary that we rethink school curricula in order to promote a more meaningful education for the world to come. With this article, we aim to point out ways to deal with differences in the school context, redefining what is in fact “harmful” for today's world. We will analyze the relationship between the monoculture of mind and soil and the coloniality of knowledge, pointing out the potential of non-hegemonic knowledge to resist coloniality and its consequences. We will bring as a proposal a weed philosophy that seeks to learn from what was discarded and considered "harmful" by hegemonic knowledge, and that presents knowledge and strategies that allow us to resist contemporary challenges in a humanized way.

ISSN: 1982-596X

DOI: https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v36n77a2022-55781

Texto Completo: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/55781

Palavras-Chave: Colonialidade; Diferenças; pluralidade; Direitos Humanos; Monocultura.

Educação e Filosofia

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