Oswald de Andrade: devorador do sátiro nietzschiano

v. 11, n. 1 (2020) • Estudos Nietzsche

Autor: Ivan Risafi de Pontes

Resumo:

O presente artigo problematiza a recepção do pensamento estético e filosófico de Friedrich Nietzsche pelo modernista e pensador Oswald de Andrade. Para tanto, demonstrar-se-á a incorporação da transvaloração de todos os valores pelos personagens conceituais Sátiro e Sileno. A análise do espectro da ambiguidade e da ambivalência inerentes aos seus corpos possibilitará, por sua vez, a contextualização da afirmação da vida, bem como do pathos e da conditio humana presentes na obra dos dois pensadores. Nessas, reconhecemos, por fim, a vontade de vida e uma incorporação do mundo constituídas na luta entre a visão apolínea e dionisíaca do homem, que encontram sua expressão filosófica no cerne da ação devoradora própria das pulsões e da fisiologia tanto do sátiro nietzschiano como do homem antropofágico oswaldiano. 

Texto Completo: https://periodicos.ufes.br/estudosnietzsche/article/view/30240

Palavras-Chave: Transvaloração. Sátiro. Antropofagia. Corpo. Pathos

Estudos Nietzsche

A revista Estudos Nietzsche é uma publicação semestral do Grupo de Trabalho Nietzsche (GT-Nietzsche) da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF) em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Sua proposta, alinhada à ideia que levou à criação do GT-Nietzsche, é incentivar a investigação e o debate sobre a contribuição do pensamento de Nietzsche, bem como a sua articulação com questões da atualidade. Para tanto, leva a público artigos sobre o pensamento do filósofo alemão, traduções de textos inéditos, bem como apresentações (resenhas) de obras recentes relevantes sobre Nietzsche, constituindo-se num ambiente de debate para pesquisadores especialistas da filosofia nietzschiana e numa fonte privilegiada para estudiosos interessados no pensamento do filósofo alemão. Os textos publicados seguem o exigido rigor filosófico e metodológico no que diz respeito ao tratamento dos escritos do filósofo alemão, observando aspectos como a inserção em determinados debates já estabelecidos, o atual estágio das pesquisas sobre o tema trabalhado, a periodicidade dos textos empregados do filósofo, bem como o uso de material fidedigno e já submetido à crítica, no que diz respeito às fontes, fragmentos póstumos, cartas, etc.