Pequena política e saúde: uma reflexão sob a perspectiva do ciclo cultural de Humano, demasiado humano

v. 11, n.2 (2020) • Estudos Nietzsche

Autor: Wilson Frezzatti

Resumo:

Este artigo, por meio das noções nietzschianas de pequena política, do filósofo como má consciência de sua época e de ciclo cultural, pretende fazer algumas considerações sobre aspectos marcantes da relação entre saúde e política que se apresentam, em nosso país, durante a pandemia de COVID-19 ainda vigente.  Em Humano, demasiado humano, Nietzsche considera que uma cultura atravessa três fases (a religiosa ou metafísica, a artística e a científica) que se repetiriam de forma cíclica.  Assim, imbuídos do espírito de má consciência de nossa época, propomos que a crença em uma “bala mágica” para o tratamento da doença, o fundamentalismo religioso e o nacionalismo são resquícios de fases culturais já ultrapassadas. Essas características constituiriam parte da pequena política.

Texto Completo: https://periodicos.ufes.br/estudosnietzsche/article/view/33156

Palavras-Chave: COVID-19. Cultura. Política. Saúde.

Estudos Nietzsche

A revista Estudos Nietzsche é uma publicação semestral do Grupo de Trabalho Nietzsche (GT-Nietzsche) da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF) em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Sua proposta, alinhada à ideia que levou à criação do GT-Nietzsche, é incentivar a investigação e o debate sobre a contribuição do pensamento de Nietzsche, bem como a sua articulação com questões da atualidade. Para tanto, leva a público artigos sobre o pensamento do filósofo alemão, traduções de textos inéditos, bem como apresentações (resenhas) de obras recentes relevantes sobre Nietzsche, constituindo-se num ambiente de debate para pesquisadores especialistas da filosofia nietzschiana e numa fonte privilegiada para estudiosos interessados no pensamento do filósofo alemão. Os textos publicados seguem o exigido rigor filosófico e metodológico no que diz respeito ao tratamento dos escritos do filósofo alemão, observando aspectos como a inserção em determinados debates já estabelecidos, o atual estágio das pesquisas sobre o tema trabalhado, a periodicidade dos textos empregados do filósofo, bem como o uso de material fidedigno e já submetido à crítica, no que diz respeito às fontes, fragmentos póstumos, cartas, etc.