Pragmatismo semiótico: Peirce e Nietzsche

v. 7, n. 1 (2016) • Estudos Nietzsche

Autor: Hartwig Frank

Resumo:

O objetivo do artigo é conceituar o pragmatismo semiótico de Peirce e investigar em que medida Nietzsche pode ser visto como antecipador dessa abordagem. Para Peirce o pragmatismo semiótico consiste em um método de interpretação dos signos através do auxílio de hipóteses pragmaticamente justificadas. Essas hipóteses são alcançadas pela inferência abdutiva: mediante um determina fato surpreendente uma hipótese nova pode ganhar direito de plausibilidade, colocando sob suspeita aquilo que é habitual e corriqueiro, isto é, as hipóteses mais antigas. Apresenta-se a ideia de que Nietzsche em sua crítica à moral utiliza a estratégia da argumentação abdutiva e, de modo decisivo, a lógica da suspeita: no lugar do fato surpreendente que mobiliza a inferência abdutiva em Peirce entra em cena, em Nietzsche, uma provocação com o intuito de promover [naquele que raciocina] uma transformação de si.

Texto Completo: http://periodicos.ufes.br/estudosnietzsche/article/view/13637

Estudos Nietzsche

A revista Estudos Nietzsche é uma publicação semestral do Grupo de Trabalho Nietzsche (GT-Nietzsche) da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF) em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Sua proposta, alinhada à ideia que levou à criação do GT-Nietzsche, é incentivar a investigação e o debate sobre a contribuição do pensamento de Nietzsche, bem como a sua articulação com questões da atualidade. Para tanto, leva a público artigos sobre o pensamento do filósofo alemão, traduções de textos inéditos, bem como apresentações (resenhas) de obras recentes relevantes sobre Nietzsche, constituindo-se num ambiente de debate para pesquisadores especialistas da filosofia nietzschiana e numa fonte privilegiada para estudiosos interessados no pensamento do filósofo alemão. Os textos publicados seguem o exigido rigor filosófico e metodológico no que diz respeito ao tratamento dos escritos do filósofo alemão, observando aspectos como a inserção em determinados debates já estabelecidos, o atual estágio das pesquisas sobre o tema trabalhado, a periodicidade dos textos empregados do filósofo, bem como o uso de material fidedigno e já submetido à crítica, no que diz respeito às fontes, fragmentos póstumos, cartas, etc.