Mundo enquanto fenômeno estético ou problema moral? A filosofia trágica do jovem Nietzsche

v. 9, n. 1 (2018) • Estudos Nietzsche

Autor: José Fernandes Weber

Resumo:

O objetivo do artigo é mostrar que a recusa de uma interpretação moral de mundo é um problema central do pensamento de Nietzsche desde os seus primeiros escritos. Para tal, busca esclarecer três problemas característicos dos seus primeiros textos, quais sejam: 1. O eterno prazer do vir-a-ser que a arte trágica repõe em forma de espetáculo exposta em O nascimento da Tragédia; 2. A justificação do devir apresentada em A filosofia na época trágica dos gregos; 3. A compreensão segundo a qual a relação do humano com a natureza é uma relação estética, criativa, tal como pode ser visto em Verdade e mentira. A recusa de uma interpretação moral de mundo e a eleição da criação como alternativa explicativa, leva a considerar a importância das noções de intuição, imaginação e fantasia. Tais elementos compõem aquilo que se pode chamar de uma filosofia trágica.

Texto Completo: http://periodicos.ufes.br/estudosnietzsche/article/view/21068

Estudos Nietzsche

A revista Estudos Nietzsche é uma publicação semestral do Grupo de Trabalho Nietzsche (GT-Nietzsche) da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF) em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Sua proposta, alinhada à ideia que levou à criação do GT-Nietzsche, é incentivar a investigação e o debate sobre a contribuição do pensamento de Nietzsche, bem como a sua articulação com questões da atualidade. Para tanto, leva a público artigos sobre o pensamento do filósofo alemão, traduções de textos inéditos, bem como apresentações (resenhas) de obras recentes relevantes sobre Nietzsche, constituindo-se num ambiente de debate para pesquisadores especialistas da filosofia nietzschiana e numa fonte privilegiada para estudiosos interessados no pensamento do filósofo alemão. Os textos publicados seguem o exigido rigor filosófico e metodológico no que diz respeito ao tratamento dos escritos do filósofo alemão, observando aspectos como a inserção em determinados debates já estabelecidos, o atual estágio das pesquisas sobre o tema trabalhado, a periodicidade dos textos empregados do filósofo, bem como o uso de material fidedigno e já submetido à crítica, no que diz respeito às fontes, fragmentos póstumos, cartas, etc.