Nietzsche leitor da Biologia do século XIX: Dominação vs. Nutrição e Reprodução

v. 9, n. 2 (2018) • Estudos Nietzsche

Autor: Wilson Frezzatti

Resumo:

Nietzsche parece entender que a noção de vida da biologia de sua época está fundamentada nas funções de nutrição (Ernährung) e de geração (Zeugung) ou reprodução (Fortpflanzung). Essa interpretação do filósofo alemão não é uma idiossincrasia, pois ela também parece ocorrer em textos de biólogos do século XIX, por exemplo, Jean-Baptiste de Lamarck e também na psicofisiologia francesa, por exemplo, Théodule Ribot.  De qualquer forma, Nietzsche pretende substituir a nutrição e reprodução como movimentos característicos da vida pela dominação, consequência direta de sua doutrina da vontade de potência. Neste artigo, investigaremos se Nietzsche tem motivos para entender que a nutrição e a reprodução são postuladas como a essência da vida na biologia de sua época, o que será visto em Charles Darwin, Ernst Haeckel, Wilhelm Roux e Herbert Spencer.

Texto Completo: http://periodicos.ufes.br/estudosnietzsche/article/view/21088

Estudos Nietzsche

A revista Estudos Nietzsche é uma publicação semestral do Grupo de Trabalho Nietzsche (GT-Nietzsche) da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF) em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Sua proposta, alinhada à ideia que levou à criação do GT-Nietzsche, é incentivar a investigação e o debate sobre a contribuição do pensamento de Nietzsche, bem como a sua articulação com questões da atualidade. Para tanto, leva a público artigos sobre o pensamento do filósofo alemão, traduções de textos inéditos, bem como apresentações (resenhas) de obras recentes relevantes sobre Nietzsche, constituindo-se num ambiente de debate para pesquisadores especialistas da filosofia nietzschiana e numa fonte privilegiada para estudiosos interessados no pensamento do filósofo alemão. Os textos publicados seguem o exigido rigor filosófico e metodológico no que diz respeito ao tratamento dos escritos do filósofo alemão, observando aspectos como a inserção em determinados debates já estabelecidos, o atual estágio das pesquisas sobre o tema trabalhado, a periodicidade dos textos empregados do filósofo, bem como o uso de material fidedigno e já submetido à crítica, no que diz respeito às fontes, fragmentos póstumos, cartas, etc.