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vol. 3, n. 1 (2004) • Ethic@ - Revista Internacional de Filosofia Moral

Autor: João Hobuss

Resumo:

Atribuir a Aristóteles uma concepção de mediedade como algo inútil que nada acrescenta ao nosso conhecimento é ignorar que, na ética aristotélica, a ação virtuosa pressupõe agir em conformidade com a mediedade, implicando na necessidade de elucidar as circunstâncias da ação. A necessidade de recorrer às circunstâncias aparece, em toda a sua evidência, na doutrina da mediedade na Ethica Nicomachea, onde é
ressaltada a necessidade de observar o momento oportuno, o que é conveniente, as razões necessárias, o modo necessário, isto é, tudo o que especifica a virtude enquanto mediedade, enquanto ‘meio e excelência’. Uma argumentação idêntica é encontrada quando Aristóteles trata das ações voluntárias na EN III, pois o princípio da ação encontra-se explicitamente no agente enquanto conhecedor das circunstâncias necessárias nas quais os atos acabam por se desenvolver. Esta especificação das circunstâncias, embora constituindo um aspecto central da doutrina da mediedade, não é, entretanto, suficiente. É necessário, ainda, esclarecer a estrutura
geral da proposição prática, integrando neste momento o caráter fundamental e decisivo das circunstâncias,
situando-as em relação à possibilidade de enunciados gerais, e mesmo universais, e observar como funcionam, então, estes enunciados no interior mesmo da ética aristotélica.

 

DOI: https://doi.org/10.5007/%25x

Texto Completo: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ethic/article/view/14699/13464

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