O não-senso de uma revolução social com alma política, Marx - em 31 de julho de 1844, Uma leitura além de modernidades

V. 1 N. 1 (2004): Inverno 2004 • Kalagatos - Philosophical Journal

Autor: Alberto Dias Gadanha

Resumo:

O objetivo do texto é explicitar a argumentação do artigo de Karl Marx, "Glosas Críticas à Margem do Artigo: 'O Rei da Prússia e a Reforma Social. Por um prussiano'". O artigo, publicado nos números 63 e 64 no Jornal Vorwäts! de 7 e 10 de Agosto de 1844, é uma crítica de Karl Marx à posição de Arnold Ruge, expressa no número de 60 do mesmo jornal. Enquanto Ruge defende a atitude repressora, tomada pelo rei da Prússia, contra os tecelões revoltados; Marx compreende a Revolta dos Tecelões da Silésia, como a quebra do ciclo vicioso de ampliação da miséria e da violência sociais a que estão submetidos tais trabalhadores. ele destaca que os tecelões buscaram, pela revolta, a supressão de sua alienação, do isolamento de sua própria comunidade, comunidade da qual seu próprio trabalho os separa. A emancipação humana é, para Marx, o objetivo que dá consistência à revolta de trabalhadores, a sua alma social; enquanto a alternativa defendida pela política moderna aceitaria "uma revolução social com alma política" (GC §71). A instituição vigente poderá até considerar a miséria social um desconforto, mas sua alteação estaria subordinada à alma política. O poder político e não a resolução da miséria social, é a prioridade. A retórica de quem não admite a revolução dos trabalhadores cai na armadilha de seu próprio não senso, o capitalismo moderno ou pós-moderno são os próprios produtores da miséria e violência sociais.

Abstract:

Develop the internal dynamics of Karl Marx’s article “CriticalNotes on the Article ‘The King of Prussia and Social Reform.By a Prussian”, published in August 7-10, 1844, is the aim of thisdissertation. Marx understands the workers’ uprising in Silesiaas a break of the vicious cicle of poverty and violence underwhich they have been living. Marx highlights the revolution asthe way to transcend the disasterous isolation of men from theircommunity, their human nature, community from which theworkers have been separated by their own labor. This revolutionwould be actual only if the human emancipation was its aim. Thehuman emancipation is the social soul required by a truerevolution. The alternative supported by the modern politics,would accept a “social revolution with a political soul” (GC §71); it means, some social problems could be managed, but onlyunder the control of the political soul. Priority is the politicalpower, not the solution of social ills. The rhetoric whose don’taccept the workers’ revolution, falls in the trap of their own nonsense, the establishment’s security, because the priority of politicalpower of the modern or pos-modern capitalism is indeed thecause of the social poverty and violence.

ISSN: 1984-9206

Texto Completo: https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/5615

Palavras-Chave: Miséria social; capitalismo;inteligência política; emancipação humana; revolução.

Kalagatos - Philosophical Journal

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