Political philosophy, ethnology, and time: a study of the notion of historical handicap

Kriterion, v. 42, n. 104 (2001) • Kriterion: Revista de Filosofia

Autor: João Feres Jr

Resumo:

Esse artigo começa por identificar o papel central da noção de incapacidade histórica para a literatura de Latin American studies produzida no pós-guerra. Tal noção não foi criada pelos Latinoamericanistas contemporâneos. É possível identificar o embrião da noção de incapacidade histórica nos mitos primitivistas da antiguidade clássica e, a partir daí, examinar as várias maneiras com que ela foi recebida e rearticulada pela tradição filosófica ocidental. Esse estudo é feito tendo em vista a incorporação da noção de incapacidade histórica a teorias etnológicas. Quando e como o "outro" passou a ser visto como o "atrasado", o "primitivo"? Se na antiguidade clássica essa identificação era incompleta, na era moderna teorias de desenvolvimento histórico se tornaram a fonte principal de categorias etnológicas. É importante notar que a síntese moderna dessas teorias também serviram para justificar as aventuras imperialistas Européias: a era dos descobrimentos, e o colonialismo do século XIX. O artigo termina apontando para a necessidade de um exame crítico dos propósitos e aplicações do conhecimento produzido pelas ciências sociais do presente.

Abstract:

This article starts by identifying the crucial importance of the notion of historical handicap for the present-day social sciences of Latin America. Such notion is not an original invention made by Latinamericanists. On the contrary, I demonstrate that the genealogy of the notion of historical handicap must be sought in the tradition of Western political philosophy. Such genealogy must take into account the way it was integrated into ethnological descriptions. When and how did the Other become the backward, the primitive? While this relation was secondary for ancient Greek thought, theories of historical development became the main source of ethnological categories in the modern era. Interestingly enough, this modern synthesis suited the practical purpose of justifying two successive waves of European imperialistic: the era of discoveries, and 19th century colonialism. The article concludes by raising questions about the present role and application of the social sciences.

Texto Completo: http://www.scielo.br/pdf/kr/v43n105/v43n105a04.pdf

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