A dramatização do mito

Kriterion, v. 44, n. 107 (2003) • Kriterion: Revista de Filosofia

Autor: Diego Lanza

Resumo:

Costuma-se dizer que os espectadores das tragédias já conheciam os mitos nelas dramatizados. Mas o que conheciam realmente dessas histórias? As relações entre mito e tragédia são tão lineares assim? O presente artigo procura justamente questionar essa linearidade, evidenciando o tipo de adaptações, cortes e escolhas sofrido pelo material mítico na sua passagem à cena. A tragédia restringe-se a certos segmentos do relato mítico, aqueles que o poeta julga ser o momento em que se concentra o significado de todo o fato. A memória de acontecimentos extraordinários e de grandes empresas transforma-se, então, em memória de fortes emoções, o que condiciona fortemente nossa visão dos mitos gregos.

Abstract:

It is commonly said that spectators of tragedies already knew the myths enacted in them. But what did they really know of these stories? Are the relations between myth and tragedy that linear? The presente article aims precisely at questioning this linearity, by showing the kind of claims, cuts and choices suffered by the mythical material on its way to the scene. Tragedy is restricted to certain segments of the mythical tale, those the poet thinks to be moments in which is concentrated the meaning of the whole fact. The memory of extraordinary events and of great endeavors becomes then the memory of strong emotions, which strongly determines our view of Greeks myths.

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-512X2003000100007

Texto Completo: http://www.scielo.br/pdf/kr/v44n107/v44n107a07.pdf

Palavras-Chave: tragédia,mito,memória,ação humana,emoção,trag

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