A FUNÇÃO TRANSCENDENTAL DO GEMÜT NA CRÍTICA DA RAZÃO PURA

Kriterion, v. 50, n. 119 (2009) • Kriterion: Revista de Filosofia

Autor: Valerio Rohden

Resumo:

O Gemüt (ânimo) é aqui apresentado numa dupla perspectiva: de um lado, como faculdade geral de representações (cf. o quadro ao fi nal do texto) e, de outro, como princípio de unifi cação das faculdades de conhecimento, especialmente de entendimento e sensibilidade, na Crítica da razão pura. Num e noutro caso, a referência ao Gemüt envolve uma relação aberta do conhecimento com as demais faculdades. É por isso que a razão, sendo vista em analogia com um organismo, articula o conhecimento com um todo humano, que remete à quarta pergunta, introduzida na Lógica, “que é o homem?”, à qual podem se reduzir todas as demais. Assim homem e Gemüt se equivalem. O ânimo humano, admitido na Crítica da faculdade do juízo como princípio da vida, sobretudo pela vinculação com o corpo, torna propícia a evocação dos versos de Goethe, que contrapõem teoria e a vida enquanto uma árvore, no primeiro Fausto. Mas não se trataria de opor teoria e vida, como o reconheceu mais tarde o poeta, e sim de redescobrir seu estreito e fecundo vínculo, também no nível da produção do conhecimento humano.

Abstract:

The Gemüt (animus) is presented here in a double perspective: from one side, as a general faculty of representations (see the chart at the end of the text) and, on the other hand, as a principle of unifi cation of the faculties of knowledge, especially understanding and sensibility, in the Critique of Pure Reason. In one or another case, the reference to the Gemüt involves an open ralationship of knowledge with other faculties. That is why the reason, being seen in analogy with an organism, articulates the knowledge with a whole (human), which refers to the fourth question, introduced in logic, “what is man?”, to which all the others can be reduced. Thus, man and Gemüt are equivalent. The human soul, admitted in the Critique of judgment faculty as a principle of life, especially by the link with the body, makes propicious the evocation of Goethe’s verses, that contrasts theory and life as a tree, in the fi rst Fausto. But is not an opposition between theory and life, as recognized later by the poet, but to rediscover their close and fruitful relationship, also in the production of human knowledge.

Texto Completo: http://www.scielo.br/pdf/kr/v50n119/a0150119.pdf

Palavras-Chave: Ânimo,Transcendental,Conhecimento,Faculdades

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