La philosophie comme méthodologie: La conception sceptico-rationaliste de la raison chez Bayle

Kriterion, v. 50, n. 120 (2009) • Kriterion: Revista de Filosofia

Autor: Kristen Irwin

Resumo:

Bayle é frequentemente considerado um cético, mas sua concepção da razão nem sempre é clara. O que é, ao contrário, claro, é que ele manifesta uma profunda desconfiança no que concerne a capacidade da razão de produzir um conhecimento certo. Entretanto, uma nova concepção de Bayle como « racionalista estratoniciano » foi desenvolvida por Gianluca Mori, que oferece uma descrição detalhada de Bayle como um filósofo crítico desejoso de explicar todas as posições possíveis em sua complexidade e de tirar todas as consequencias dos argumentos invocados ao serviço de princípios chamados « estratonicianos ». Esta concepção de Bayle como racionalista crítico estratoniciano torna possível uma interpretação de Bayle menos como um « super cético » à maneira de Richard Popkin do que como alguém que permite a razão operar de forma mais ampla e com mais autoridade do que permitiria um ceticismo. Mori afirma que a concepção bayleana da razão é bem forte. Para ele a razão pode chegar até o fim, com autoridade absoluta, e retirar conclusões. Eu mantenho que a concepção de Bayle da natureza e da função da razão se situa entre o racionalismo estratoniciano de Mori e a interpretação « supercética » de Popkin. Como Mori, penso que se trata de um racionalismo « crítico », mas contra ele penso que a razão mesma define e recomenda os seus próprios limites. Chamo esta concepção da razão de « cético–racionalista » e, seguindo Bayle, sugiro como o « bom senso » (que faz parte da razão) ajuda a definir estes limites.

Abstract:

Bayle est souvent considéré comme sceptique, mais sa conception de la raison n’est pas toujours claire ; ce qui en revanche est clair, c’est qu’il manifeste une profonde méfiance à l’égard des capacités de la raison de livrer une connaissance certaine. Cependant, une nouvelle interprétation de Bayle comme rationaliste «stratonicien » a été développée par Gianluca Mori, qui donne une description détaillée de Bayle comme philosophe critique désireux de rendre compte de toutes positions possibles dans leur complexité et de tirer toutes les conséquences des arguments invoqués au service des principes dits « stratoniciens ». Cette conception de Bayle comme rationaliste critique stratonicien rend possible une interprétation de Bayle moins comme un « supersceptique » à la Richard Popkin, que celui qui permet à la raison d’opérer avec une portée et une autorité plus grandes que ne le permettrait le scepticisme. Mori affirme que la conception de la raison chez Bayle est assez forte ; selon lui, la raison peut aller jusqu’au bout, avec une autorité absolue, et tirer des conclusions. Je soutiens que la conception de la nature et de la fonction de la raison chez Bayle se situe en fait entre le rationalisme stratonicien de Mori et l’interprétation « supersceptique » de Popkin. Comme Mori, je pense qu’il s’agit d’un rationalisme « critique » ; mais contre lui, je pense que la raison elle-même définit et recommande ses propres limites. J’appelle cette conception de la raison « sceptico-rationaliste » et, en suivant Bayle, je suggère comment le « bon sens » (qui fait partie de la raison) aide à définir ces limites.

Palavras-Chave: racionalismo cético,racionalismo estratonicia

Kriterion: Revista de Filosofia

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