UMA ABORDAGEM FILOSÓFICA DO CAPITALISMO É POSSÍVEL? LIMITES E POSSIBILIDADES DE RENOVAÇÃO DA FILOSOFIA SOCIAL CONTEMPORÂNEA

Kriterion, v. 59, n. 141 (2018) • Kriterion: Revista de Filosofia

Autor: Leonardo da Hora Pereira

Resumo:

Neste artigo, procuraremos contribuir, dentro dos limites de um trabalho dessa natureza, para uma nova orientação para a filosofia social contemporânea. Com efeito, num primeiro momento mostraremos que a filosofia social recente tem se notabilizado pela análise de experiências negativas, com um acento no processo de formação da subjetividade, assim como pelo foco no diagnóstico de patologias sociais relacionadas aos padrões subjetivos de autorrealização pessoal. Num segundo momento, salientaremos que o problema é que, nesse quadro, o próprio social pode eventualmente aparecer como algo tão-somente negativo, ameaçador, deficitário e gerador de patologias. Ora, acreditamos que o desafio de captar igualmente a causa das patologias, os poderes e a perspectiva do dominante, e não somente os efeitos deletérios por eles gerados e a perspectiva dos dominados, pode ser melhor enfrentado por meio da temática do capitalismo como fenômeno social. É por isso que iremos esboçar, em linhas gerais, num terceiro momento, algumas diretrizes básicas – uma abordagem praxeológica e “normativa” – para que a filosofia social simultaneamente mantenha suas conquistas fundamentais e avance no sentido de dar conta diretamente do social capitalista como causa de patologias.

Abstract:

In this paper, we will seek to contribute, within the limits of a work of this nature, to a new orientation for contemporary social philosophy. In fact, in a first moment we will show that the recent social philosophy has been notable for the analysis of negative experiences, with an emphasis on the process of subjectivity formation, as well as for the focus on the diagnosis of social pathologies related to the subjective patterns of personal self-achievement. In a second moment, we will point out that the problem is that, in this context, the social itself may eventually appear as something exclusively negative, threatening, deficient and generating pathologies. However, we believe that the challenge of capturing equally the cause of the pathologies, powers and the perspective of the dominant, and not only the deleterious effects generated by them and the perspective of the dominated, can be better dealt with through the theme of capitalism as a social phenomenon. That is why we will outline, in a third way, some basic guidelines – a praxeological and normative approach – so that social philosophy may simultaneously maintain its fundamental conquests and advances in order to directly account for the capitalist social as cause of pathologies.

Texto Completo: http://www.scielo.br/pdf/kr/v59n141/0100-512X-kr-59-141-0789.pdf

Palavras-Chave: Filosofia social,capitalismo,Teoria Crítica,S

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