A Poética do Waka: Uma filosofia do Real

vol. 25, n. 2 (2020) • Philósophos: Revista de Filosofia - Revista UFG

Autor: Diogo Cesar Porto da Silva

Resumo:

O artigo se propõe a uma investigação da potência filosófica presente na poesia japonesa clássica conhecida como waka. O aspecto formal mais proeminente do waka é a sua curta estrutura composta geralmente de 31 sílabas moraicas divididas, respectivamente, em 5 versos de 5, 7, 5, 7 e 7 sílabas cada. Para erguer-se como uma forma poética, o waka emprega o recurso rítmico da pausa e uma retórica que vinculam cada poema individual ao todo da tradição através de precedentes. Defendemos que na tradição intelectual constituída pelo waka há uma filosofia do real – que denominamos intertextualidade do real – que entende a realidade como vazia e impermanente. Dessa forma, seria o waka a forma mais adequada através da qual exprimir o real uma vez que ele é mais profundo e excelente a medida em que cria um movimento de esvaziamento e tornar impermanente através de seus recursos formais e retóricos: seu cerne, sua disposição e significado (nossas traduções do termo japonês “kokoro”) e suas palavras (“kotoba”).

ISSN: 1414-2236

DOI: https://doi.org/10.5216/phi.v25i2.65016

Texto Completo: https://revistas.ufg.br/philosophos/article/view/65016

Palavras-Chave: Waka; Poesia; Kokoro; Estética Japonesa.

Philósophos: Revista de Filosofia - Revista UFG

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