CONSIDERAÇÕES CRÍTICAS SOBRE A ABORDAGEM QUANTIFICACIONAL DOS DEMONSTRATIVOS - ACERCA DO LIVRO DE JEFFREY KING

vol. 8, n. 1 (2003) • Philósophos: Revista de Filosofia - Revista UFG

Autor: André Leclerc

Resumo:

Os demonstrativos foram considerados tradicionalmente como expressões referenciais. É o que encontramos na história da filosofia desde o início da tradição gramatical ocidental que sempre tratou os demonstrativos como pronomes. A maior provocação no livro de King consiste precisamente em romper com essa tradição ao apresentar os demonstrativos complexos (“esta mesa”, “aquele homem” etc.) como termos quantificados (e, portanto, termos não-referenciais). King apóia seu tratamento sobre exemplos escolhidos que parecem favorecer sua tese, como “aquele arquiteto que construiu essas pirâmides era um gênio”, quando o locutor da frase não tem nenhum alvo referencial em mente e não pode apontar para ninguém no contexto da enunciação. Mostrarei: 1) que o tratamento de King representa uma tremenda ruptura com a tradição e desconsidera as intuições de gerações e gerações de lingüistas e filósofos da linguagem; 2) que King apóia sua tese em evidências de natureza puramente sintática sem discutir metodologicamente o peso que devemos atribuir a essas evidências sintáticas nas discussões de semântica; 3) que King não leva em conta todos os dados disponíveis, forçando os dados por ele recolhidos a entrar numa mesma teoria unificada, mas, para isso, paga um preço alto: uma redundância inaceitável na semântica das expressões demonstrativas simples.

ISSN: 1982-2928

DOI: https://doi.org/10.5216/phi.v8i1.3201

Texto Completo: https://www.revistas.ufg.br/philosophos/article/view/3201/3185

Palavras-Chave: Demonstrativos,referência direta,quantificaçã

Philósophos: Revista de Filosofia - Revista UFG

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