POVO E GOVERNO: SOBRE A QUESTÃO DA PARTICIPAÇÃO POPULAR EM MAQUIAVEL
vol. 24, n. 1 (2019) • Philósophos: Revista de Filosofia - Revista UFG
Autor: José Luiz Ames
Resumo:
A tradição interpretativa de Maquiavel reconhece a centralidade do povo como ator político. No entanto, sobre a função que desempenha existe um amplo espectro de interpretações. Em um extremo estão aquelas que o concebem como ente passivo, sem iniciativa política autônoma. No outro, as que lhe conferem um papel ativo no governo da cidade. Muito embora o próprio Maquiavel fale do povo como animado por um “desejo negativo”, disso não resulta uma passividade popular. Neste trabalho mostraremos que o povo é ator político ativo autônomo que atua na cena pública de dois modos principais. Uma forma extra-institucional exercida pelos tumultos por meio dos quais o povo luta por leis. E uma forma intra-institucional exercida por meio de estruturas legais e institucionais com os quais o povo age com as leis.
Abstract:
Machiavelli's interpretive tradition recognizes the centrality of the people as a political actor. However, on the function it performs there is a wide spectrum of interpretations. At one extreme are those who conceive it as a passive entity, without autonomous political initiative. In the other, those that give it an active role in the government of the city. Although Machiavelli himself speaks of the people as animated by a "negative desire", this does not result in a popular passivity. In this work we will show that the people are autonomous active political actor who acts in the public scene in two main ways. An extra-institutional form exercised by the conflicts through which peo-ple struggle for laws. It is an intra-institutional form exercised through the legal and institutional structures with which the people act with the laws.
ISSN: 1414-2236
DOI: https://doi.org/10.5216/phi.v24i1.53412
Texto Completo: https://revistas.ufg.br/philosophos/article/view/53412
Philósophos: Revista de Filosofia - Revista UFG
A Revista Philósophos publicou seu primeiro exemplar em 1996. Desde então temos tido como objetivo publicar material bibliográfico inédito e argumentativo na área de filosofia e promover o debate filosófico. Os trabalhos publicados pela Philósophos são sempre de autores dedicados a Pesquisa em Filosofia e que sejam doutores nessa área no Brasil e no exterior. A publicação é semestral, sob a responsabilidade da Faculdade de Filosofia (FAFIL) e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Goiás. A submissão dos artigos deve ser feita em resposta a chamadas temáticas divulgadas pela revista.