A CRÍTICA DE HEGEL E DE HABERMAS AO HELENISMO ENQUANTO PERSPECTIVA FILOSÓFICA: UMA ANÁLISE A PARTIR DA QUESTÃO DA TEORIA E DA FIGURA DO SÁBIO

V. 12 N. 21 (2019): Jul./Dez. 2019 • Polymatheia - Revista de Filosofia

Autor: Adalberto Ximenes Leitão Filho

Resumo:

Hegel concebe as grandes correntes helenistas do estoicismo, do epicurismo e do ceticismo como parte do processo de autoconsciência humana. Habermas considera como o momento no qual a teoria era tida como essencialmente prática. Nas Lições de História da Filosofia, Hegel afirma que estas filosofias simbolizam o momento no qual o pensar filosófico tenta compreender a Ideia não no Todo, mas no particular. Assim, a filosofia se confronta com dois problemas fundamentais: o do critério de verdade e da busca do ideal do sábio. Já na Fenomenologia do Espírito, o estoicismo e o ceticismo são interpretados como parte do processo da autoconsciência, ou consciência-de-si do Espírito. Habermas, por sua vez, afirma que para os filósofos antigos a teoria prometia um processo de formação que era o caminho tanto do conhecimento quanto da salvação. O sábio helenista retratava de forma privilegiada este caminho. Com o cristianismo o caminho da salvação da alma perdeu o caráter elitista e a filosofia se retira cada vez mais para tarefas cognitivas. Após a consolidação da racionalidade científica e da
“reviravolta linguística”, podemos nos perguntar, com Habermas, se a filosofia ainda teria hoje um objeto de estudo próprio e espaço entre as ciências e os saberes. Afinal, no mundo científico e pós-metafísico ainda há lugar para uma “filosofia de vida” com pretensões racionais? Ou vivenciamos o anunciado “fim da filosofia”, fim de um tipo de filosofar?

Abstract:

Hegel conceives the great Hellenists of Stoicism, Epicureanism and skepticism as part of the process of human self-consciousness. Habermas considers as the moment in which the theorywas considered as essentially practical. In the Lessons of history of philosophy,Hegel claims that these philosophies symbolize the moment in which the philosophical thinking tries to understand it all, but in particular. Thus, the philosophy is confronted with two fundamental problems: the criterion of truth and the pursuit of the ideal of the wise. In the Phenomenology of Spirit, the stoicism and skepticismare interpreted as part of the process of self-consciousness, or consciousness of the Spirit. Habermas, for his part, asserts that the old philosophers the theory promised a formation processthat was the road as much of the knowledge as of the salvation. The Hellenistic sage portrayed this path in a privileged way. With Christianity the path of my lost life, the elitist and philosophy are increasingly withdrawing from their cognitive tasks. After reviewing the literature and the linguistic turnaround, we can access this question as one of the following forms of learning and space between the sciences and the knowledge. After all, in the scientific and post-metaphysical world is there still room for a "philosophy of life" with rational pretensions? Or do we experience the announced "end of philosophy," end of a kind of philosophizing?

ISSN: 1984-9575

Texto Completo: https://revistas.uece.br/index.php/revistapolymatheia/article/view/5749

Palavras-Chave: Hegel. Habermas. Helenismo. Teoria. Sabedoria.

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