LITERATURA E A EXPERIÊNCIA DO ESCREVER: ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A RESISTÊNCIA NO SEIO DA LINGUAGEM

V. 21, N. 28 (2009) • Revista de Filosofia Aurora

Autor: Leonardo Pinto de Almeida

Resumo:

A partir das reflexões de Roland Barthes, Maurice Blanchot, Gilles Deleuze e Michel Foucault sobre as vicissitudes da linguagem, analisaremos o caráter transgressivo da literatura no seio da linguagem. Para tanto, partiremos da relação entre a linguagem e as palavras de ordem, mostrando a rigidez de seu uso que estaria do lado do poder, da homogeneidade, da ordem e da constância. O estereótipo e a informação são formas de atualização do ser da linguagem em seu uso costumeiro, fazendo a linguagem funcionar a partir da padronização e da noção de utilidade. No entanto, a literatura seria uma linguagem sem poder, apontando para um modo de resistir aos padrões e aos códigos linguísticos. Ela seria um modo de resistência ao fascismo da língua – uma espécie de desvio que combate o enrijecimento e o poderio da linguagem estereotipada. Uma luta tecida nas paragens da própria linguagem. Este entendimento da literatura como resistência aponta para ela como uma potência a serviço da vida que se contrapõe ao poder, exercido por mecanismos transcendentes à experiência. Com a literatura, as palavras tecem relações intensas e, às vezes, incomuns que proporcionam uma ruptura nos usos costumeiros da linguagem. Assim, concluímos que a literatura é uma escrita a serviço da vida em sua contraposição aos elementos transcendentes à experiência que os aprisiona em sua dinâmica de coerção e captura.

DOI: : http://dx.doi.org/10.7213/rfa.v21i28.1147

Texto Completo: https://periodicos.pucpr.br/index.php/aurora/article/view/1147

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