SUPEREU: INQUILINO DO EU

V. 23, N. 32 (2011) • Revista de Filosofia Aurora

Autor: Maria Vilela Pinto Nakasu

Resumo:

O processo de elaboração das concepções metapsicológicas na obra de Freud não é linear, mas repleto de oscilações, idas e vindas, abandonos temporários, ambiguidades, contradições. Dentre os conceitos-chave da metapsicologia, o de supereu é certamente um conceito de difícil apreensão, complexo, pois são numerosas suas definições e extremamente amplo o seu alcance: da clínica para a metapsicologia, passando pela teoria da cultura, o supereu atua em todos os âmbitos da investigação psicanalítica, deixando entrever inúmeros mal-entendidos por parte de seus comentadores. Soma-se a isso o fato de Freud não ter sido um fiel historiador de seus conceitos. Este trabalho se propõe a desfazer algumas ambiguidades em relação ao processo de evolução da concepção de supereu a partir de um problema metapsicológico fundamental, a saber, a reformulação da noção de eu. Sustentaremos que as transformações na teoria do eu foram cruciais para a elaboração das bases conceituais do supereu em sua função legisladora. Veremos que o supereu inicia sua história como um discreto inquilino do eu para se tornar inquilino usurpador e tirânico, que ameaça a integridade euoica.

DOI: http://dx.doi.org/10.7213/rfa.v23i32.1786

Texto Completo: http://periodicos.pucpr.br/index.php/aurora/article/view/1786

Revista de Filosofia Aurora

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