A necessidade da privação na "Física" de Aristóteles

Inconfidentia v.5, n.10 • Revista de Filosofia Inconfidentia

Autor: SILVA, Patrícia Mara Rodrigues

Resumo:

O presente artigo desenvolve o problema da privação na Física de Aristóteles, tomando como ponto de partida o capítulo 10 do Livro VIII, em que o Estagirita demonstra que o primeiro movente de tudo que se move é imóvel, indivisível e ilimitado. Pretendemos trabalhar a hipótese de que a privação é necessária para a física ao esclarecer quais as implicações disso para essa teoria, inclusive, para a Metafísica. Em um primeiro tópico o leitor encontrará a definição dos dois conceitos chaves para nosso trabalho, são eles a necessidade [ananke] e a privação [stéresis], para que no segundo tópico seja esclarecido o porquê de uma possível necessidade da privação. Veremos como Aristóteles, na Física, considera uma eternidade tanto da forma, quanto da matéria e do movimento, e, consequentemente, um caráter essencial e necessário para a natureza, que nos levará à conclusão de que para se falar daquilo que não é um ente natural (a pura forma), a privação se fará necessária.

Abstract:

The aim of this article is to clarify the problem of privation in Aristotle’s Physics, taking chapter 10 of Book VIII as a starting point, in which the Stagirite demonstrates that the first mover of everything that moves is immobile, indivisible and unlimited. We intend to work on the hypothesis that privation is necessary for the Physics by clarifying the entail of this statement for the Stagirite’s theory, including for the Metaphysics. At the first topic, two key concepts for our work, necessity [ananke] and privation [stéresis], will be defined, so that at the second topic, the reason for a possible necessity of privation can be clarified. It will be shown how Aristotle, in Physics, considers an eternity of form and matter, and, consequently, an essential and necessary character for nature, which will lead us to the conclusion that, when speaking of what is not a natural being (the pure form), the privation is necessary.

ISSN: 2318-8138

Texto Completo: http://inconfidentia.famariana.edu.br/wp-content/uploads/2021/08/10-1.pdf

Palavras-Chave: Aristóteles; Física; Metafísica; Necessidade; Privação

Revista de Filosofia Inconfidentia

A Revista de Filosofia InconΦidentia surgiu como veículo de divulgação e incentivo à pesquisa da Faculdade  “Dom Luciano Mendes – DLM”. O nome recebido está relacionado ao fato da instituição se situar na região dos inconfidentes em Minas Gerais – Ouro Preto e Mariana, principalmente. Ela possui caráter filosófico e tem periodicidade de seis meses. O objetivo é tanto divulgar as pesquisas docentes realizadas no sítio da instituição como dialogar com articulistas provenientes de outras instituições de ensino superior da área, sejam nacionais ou estrangeiras. A InconΦidentia recebe artigos originais, frutos de pesquisas filosóficas, resenhas de livros e tradução de textos. 

Sobre os organizadores da Revista de Filosofia InconΦidentia:

EDVALDO ANTONIO DE MELO é doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG), bolsista Capes (programa DPE), com pesquisa na área da ética. Mestre em História da Filosofia pela mesma Universidade, tendo realizado pesquisa relacionada à ética e à linguagem em Emmanuel Lévinas. Pós-graduação lato-sensu pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP - MG). Bacharel em Teologia pelo Centro de Estudos Superior de Juiz de Fora (CESJF). Bacharel e Licenciado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Diretor Acadêmico, Coordenador do Curso de Filosofia e Professor na Faculdade Dom Luciano Mendes (FDLM / Mariana-MG). Integra o grupo de pesquisa Fenomenologia e genealogia do corpo da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE / Belo Horizonte-MG). Possui experiência docente e de pesquisa no ensino superior e se interessa por questões referentes à ética, à linguagem, à ontologia, à metafísica, à fenomenologia e à literatura. Membro do CEBEL: Centro Brasileiro de Estudos Levinasianos.

MAURÍCIO DE ASSIS REIS é doutor em Filosofia Contemporânea pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em Estética e Filosofia da Arte pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), especialista em Filosofia também pela UFOP e bacharel em Filosofia pela Faculdade Arquidiocesana de Mariana, atual Faculdade Dom Luciano Mendes; sua pesquisa refere-se às relações entre experiência , linguagem e história e seu estatuto na concepção da unidade da obra de Theodor W. Adorno. Atualmente, é Professor Assistente II pela Faculdade Dom Luciano Mendes, atuando no curso de Filosofia; Professor Nível I, Grau A, pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), atuando junto ao Departamento de Ciências Humanas da unidade de Barbacena e nos cursos de Pedagogia e Ciências Sociais; e Professor pela Univiçosa, atuando nas áreas de filosofia e ciências sociais no curso de Direito e na área de bioética nos cursos de Fisioterapia e Odontologia. É autor de “Adorno: estudos sobre experiência e pensamento” e organizador de “Entre o ser e o não-ser”; membro permanente do Grupo de Trabalho (GT) de Teoria Crítica da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF).

CRISTIANE PIETERZACK é doutora em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. É Perita em Magistério Eclesial e Normativa Canônica pelo Studium de Roma (2015). Mestra em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (2013) com especialização em Filosofia Prática. Mestra em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (2009), com ênfase em fenomenologia e hermenêutica. Graduada em Filosofia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (2005). Tem experiência de docência universitária e de práxis filosófica. É pesquisadora na área de hermenêutica, ética e ciências da família. É coordenadora do Centro de Estudos sobre a família, da Domus ASF.