Reconciliação com a História: Foucault do estruturalismo ao pós-estruturalismo

v. 6 n. 1 (2018) Dossiê "O Homem e seus Mundos - Perspectivas Filosóficas e Científicas" • Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea

Autor: Leonardo Masaro

Resumo:

Desde a década de 1980, convencionou-se rotular Foucault, bem como outros pensadores franceses contemporâneos, de “pós-estruturalista”. Neste artigo, indaga-se em que medida tal epíteto faz sentido, buscando compreender até que ponto a noção foucaultiana de epistémê é tributária da noção de estrutura. Para tanto, investiga-se a invenção da noção de estrutura por Saussure; sua transformação, por Lévi-Strauss, em conceito epistemológico; e sua utilização, por Foucault de As Palavras e as Coisas, em modelo para a noção de epistémê. Neste processo, fica clara uma transformação deste conceito: a ideia de estrutura enquanto sistema transcendental formado por oposições binárias, presente em Saussure e Lévi-Strauss, é substituída em Foucault pela noção de uma forma a priori “vazia”, isto é, sem pré-determinantes. A mudança diacrônica é concebida por Foucault como um acontecimento radical. Argumenta-se que a fase seguinte da obra do filósofo, conhecida como “genealogia do poder”, ao voltar-se sobre a intervenção humana sobre os discursos, corresponde a uma tentativa de re-inserir a dimensão histórica nos estudos do saber. Neste sentido, mesmo adotando a ideia-mestra do estruturalismo, Foucault vai além dele.

Texto Completo: http://periodicos.unb.br/index.php/fmc/article/view/20416

Palavras-Chave: Foucault, Estruturalismo, Pós-estruturalismo,

Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea

A Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea caracteriza-se como um periódico digital, idealizado por um grupo de professores do Departamento de Filosofia da UnB (Universidade de Brasília), cujos interesses de pesquisa convergem para a interpretação e o debate dos pressupostos e dos desdobramentos históricos da tradição filosófica iniciada por volta do século XVII, centrada na discussão das faculdades do sujeito, dos modelos de organização política e social, dos valores e normas de conduta, assim como da natureza do belo e dos fundamentos da arte.

A Revista pretende ser um espaço de divulgação de estudos interpretativos e discussões acerca de temas, questões e autores de destaque na história da filosofia moderna e contemporânea. Neste sentido, ela se propõe a publicar artigos originais, bem como traduções e resenhas, relativos ao pensamento filosófico moderno e contemporâneo, redigidos em português, espanhol, francês, italiano, inglês e alemão, cujos autores sejam doutores, doutorandos ou mestres em filosofia (ou áreas afins).

Não será solicitado aos autores o pagamento de qualquer custo, referente tanto à submissão quanto ao processamento dos seus trabalhos.