Relendo "O Processo" de Kafka como a Manifestação de uma Patologia Social

v. 6 n. 2 (2018) Dossiê "Colóquio UnB-USP de Lógica e Filosofia da Lógica" • Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea

Autor: Ronaldo Filho Manzi

Resumo:

Esse texto busca retomar, primeiramente, a leitura de Agamben de "O processo" de Kafka. Sua proposta é que o personagem, Joseph K., realiza uma autocalúnia. Agamben sugere que tal autocalúnia é o que cada homem realiza de si – daí o interesse nesse tema. Seguindo a análise de Agamben, vemos que se trata de uma justificação do culpado perante à lei (como se o direito fosse a forma moderna de redenção de uma culpa). A proposta desse ensaio é interpretar a obra de Kafka por outra via. Pretende-se mostrar que é o social que faz com que K. assuma uma culpa (não havendo, portanto, uma autocalúnia). Nesse caso, haveria uma passagem de uma capacidade de o sujeito duvidar da legitimidade do processo à sua aceitação incondicional – como se o social o levasse a perder essa capacidade de dúvida. Daí porque se dirá de  uma patologia do social: uma sociedade que “adoece” o indivíduo.

DOI: : https://doi.org/10.26512/rfmc.v6i2.22107

Texto Completo: http://periodicos.unb.br/index.php/fmc/article/view/22107

Palavras-Chave: autocalúnia, confissão, confissão tragédia, t

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