Cinismo e Parresía: Um Paralelo entre Foucault e Montaigne

v. 7 n. 1 (2019): Dossiê "Michel Foucault" • Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea

Autor: Bruno Alonso

Resumo:

O período final do trabalho de Foucault no Collège de France pode ser interpretado, em parte, como resultado de uma intensa influência de Pierre Hadot no desenvolvimento do seu pensamento e por ser uma tentativa de reconquistar a sabedoria perdida dos filósofos helenistas e romanos. Ambos consideram Montaigne como um dos pioneiros, talvez o único filósofo moderno que tenha compreendido a extrema relevância dessa questão. Os Ensaios criam uma base histórica concreta, pois estabelecem um diálogo íntimo com a tradição helenística e romana, produzindo assim algo único no contexto da literatura renascentista. O plano desta apresentação é explorar mais especificamente o cinismo e um dos princípios fundamentais dessa escola, a noção de parresía (fala franca), em uma tentativa de compreender como o modelo de vida cínico foi assimilado por Foucault e Montaigne. Ao se dedicar à temática do cuidado de si, Foucault revela seu desencanto com o obscurantismo da filosofia cristã e com a cegueira deixada como herança pelo mecanicismo da filosofia cartesiana. A maneira de reverter isso seria olhar para o passado e Montaigne seria o caminho certo a ser percorrido.

DOI: https://doi.org/10.26512/rfmc.v7i1.23071

Texto Completo: http://periodicos.unb.br/index.php/fmc/article/view/23071

Palavras-Chave: Foucault, Montaigne, Ética, Parresía, Cuidado

Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea

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