TEORIA DA AGENDA, REPRESENTAÇÃO E REDES SOCIAIS

v. 1 n. 1 (2013) • Revista Helius

Autor: Agemir Bavaresco, Tiago Porto, Wellignton A. Silva

Resumo:

Há  uma  crise  de  representação  em  nível político,   pois   as   categorias,   na   filosofia política,     não     têm     mais consistência conceitual    para    legitimar    as    práticas democráticas    nos    atuais    cenários    das sociedades  em  rede.  O  esvaziamento  das democracias representativas põe o seguinte    problema:    A    opinião    pública conforma-se   aos   interesses   da   agenda pautada  pela  mídia  ou,  ao  contrário,  ela mantém um grau de autonomia da vontade dos cidadãos? Ou seja, a representação da vontade   dos   cidadãos   é   subjugada   à vontade  dos  atores  políticos  e  da  mídia  ou a  resistência  soberana  das  “multidões” emerge  como  poder  de  inalienabilidade da vontade, segundo a teoria da vontade geral de Jean-Jacques Rousseau? Apresentamos, inicialmente, algumas teorias  da  comunicação  com  a  finalidade de  situar  a  teoria  da  agenda  no  contexto dos    debates    teóricos    desta    área    da comunicação.  Em  seguida,  descrevemos  a teoria  da  agenda,  apontando  o  seu  poder explicativo  e,  ao  mesmo  tempo,  os  seus limites.  No  final,  concluímos  com  a  teoria da  vontade  geral  de  Rousseau  como  um conceito   relevante   para   compreender   o nosso  problema,  ou  seja,  a  vontade  dos cidadãos    articulada    em    redes    sociais representa  o  poder  inalienável  da  vontade dos    cidadãos,    para    constituir    novas democracias para o século XXI.

Abstract:

There   is   a   crisis   of   representation   at political   level   because   the   categories   in political philosophy have no more conceptual consistency to legitimize democratic practices in current scenarios of network     societies.     The     emptying     of representative democracies puts the following  problem:  Does  the  public  opinion conforms  to  the  interests  of  the  agenda based  on  the  media,  or  rather,  it  maintains a degree of citizens’ autonomy of the will? That is, the representation  of the will of the citizens  is  subjugated  to the  will  of  political actors   and   the   media   or   the   sovereign resistance  of  the  "multitudes"  emerges  as the   power   of   inalienability   of   the   will, according to the theory of the general will of Jean-Jacques    Rousseau?    We    present, initially,  some  theories  of  communication  in order to situate the Agenda-setting theory in the  context  of  theoretical  debates  in  this area  of communication.  Then  we  describe the   Agenda-setting   theory,   pointing   its explanatory power and at the same time its limits.  In  the  end,  we  conclude  with  the theory of the general will of Rousseau as a relevant   concept   for   understanding   our problem,  that  is,  the  will  of  the  citizens articulated in social networks represents the inalienable  power  of  the  will  of  citizens  to constitute   new   democraciesfor   the   XXI century.
 

ISSN: 2357-8297

Palavras-Chave: Teorias da Comunicação. Teoria da Agenda. Representação. Vontade Geral. Redes Sociais.

Revista Helius

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