REDES SOCIAIS E AGIR COMUNICATIVO

v. 1, n. 45 (2022) • Revista Ideação

Autor: JOSUÉ CÂNDIDO DA SILVA

Resumo:

O objetivo deste artigo é analisar como o fenômeno das chamadas redes sociais atua de forma a produzir aquilo que Habermas denomina de patologias do mundo da vida, ou seja, como elas interferem na reprodução simbólica do mundo da vida através do uso performativo da linguagem. Nossa análise terá como foco a teoria do agir comunicativo de Habermas, de um ponto de vista filosófico, sem a pretensão de uma análise aprofundada dos impactos políticos e sociais das redes sociais, embora estes não possam ser simplesmente ignorados. Basicamente, defendemos a tese de que as redes sociais se pautam pelo uso estratégico da linguagem e tendem a ocupar espaços que antes eram o lócus da reprodução do mundo da vida através do uso comunicativo da linguagem. Este novo fenômeno é resultado de mudanças estruturais no capitalismo que transformam as pessoas não só em consumidores de informação e entretenimento, mas também em produtores dessas mercadorias que são apropriadas, na maioria das vezes, de forma gratuita pelas empresas do setor e utilizadas como forma de ampliar a manipulação, vigilância e controle sobre os usuários.

Abstract:

The aim of this paper is to analyze how the phenomenon of the so-called social networks act in order to produce what Habermas calls lifeworld pathologies, that is, how they interfere in the symbolic reproduction of the lifeworld through performative use of language. Our analysis will focus on Habermas's theory of communicative action, from a philosophical point of view, without the pretension of an in-depth analysis of the political and social impacts of social networks, although these cannot simply be ignored. Basically, we defend the thesis that social networks are guided by the strategic use of language and tend to occupy spaces that were previously the locus of reproduction of the lifeworld through the communicative use of language. This new phenomenon is the result of structural changes in capitalism that transform people not only into information and entertainment consumers, but also into producers of these goods that are appropriated, in most cases, free of charge by companies in the sector and used as a means of expanding manipulation, surveillance and control over users.

Texto Completo: http://periodicos.uefs.br/index.php/revistaideacao/article/view/7599

Palavras-Chave: Redes Sociais; Agir Comunicativo; Habermas.

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