O ESQUEMATISMO EPIDÉRMICO DE FANON E AS VIDAS QUE IMPORTAM

Edição Julho-Dezembro - v. 1 n. 48 (2023) • Revista Ideação

Autor: Ivo Pereira de Queiroz; Ericson Savio Falabretti

Resumo:

Alarmadas pelos bombardeios russos sobre cidades ucranianas, as massas populares, aterrorizadas, saíram em debandada. Inicialmente, procuravam refúgio nos países vizinhos. Em meio à profusão de relatos sobre os efeitos materiais e emocionais dos ataques, causas e efeitos do conflito, chegaram ao conhecimento público o racismo ucraniano contra pessoas negras. Estas, estavam sendo impedidas de deixar a Ucrânia porque as autoridades decidiram que, primeiramente, deveriam proteger e salvar as pessoas brancas. Algumas semanas antes, na região metropolitana do Rio de Janeiro, um homem negro foi morto pelo vizinho, militar da Marinha, após o atirador achar que se tratava de um assaltante. Naturalizou-se matança de pessoas negras, no Brasil, e os protestos contra esta barbárie são vistos com maus olhos. O que estes episódios, afastados geograficamente por milhares de quilômetros, têm em comum com a fenomenologia do racismo desenvolvida por Frantz Fanon?  A análise desta aproximação será feita através do levantamento de reflexões de Fanon sobre as metafísicas da brancura e da negrura, do esquematismo epidérmico e do racismo cultural.

Abstract:

 Alarmed by Russian bombings of the Ukrainian cities, terrified masses of people fled. Initially, sought refuge in the neighboring countries.  Amidst of the profusion of reports about the material and emotional effects of the attacks, causes and effects of the conflict, the Ukrainian racism against black people came to public attention. These were being prevented from leaving Ukraine because the authorities decided they had to protect and save white people first. A few weeks earlier, in the metropolitan region of Rio de Janeiro, a black man was killed by his neighbor, a Navy soldier, after the shooter thought that he was an assailant. The killing of black people has become naturalized in Brazil, and protests about this barbarity are viewed with bad eyes. What does these episodes, geographically separated by thousands of kilometers, have in common with the phenomenology of racism developed by Frantz Fanon? The analysis of this approximation will be done through a survey of Fanon's reflections of the metaphysics of whiteness and blackness, epidermal schematism and cultural racism.

DOI: https://doi.org/10.13102/ideac.v1i48.10310

Texto Completo: https://periodicos.uefs.br/index.php/revistaideacao/article/view/10310

Palavras-Chave: Cultura. Esquema Epidérmico. Fenomenologia. Racismo.

Revista Ideação

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