HANNAH ARENDT ? A SINGULARIDADE DOS NOVOS COMEÇOS: AÇÃO, DISCURSO E NARRATIVA

Edição Janeiro-Junho: v. 1 n. 49 (2024) • Revista Ideação

Autor: LUIZ PAULO MATIAS E ELSIO JOSÉ CORÁ

Resumo:

Este artigo busca explorar o papel da narrativa na obra/vida de Hannah Arendt, enfatizando a capacidade do exercício narrativo em conferir durabilidade às estórias singulares da pluralidade humana, dada a espontaneidade renovadora, porém efêmera, da ação e do discurso. Neste sentido, Arendt observa como os eventos totalitários anulam a brevidade libertadora da ação e do discurso, eliminando a possibilidade dos novos começos e da ação política. Diante da supressão da liberdade durante esses eventos, a narrativa emerge como vital, preservando a imortalidade das estórias singulares, tornando-se ela (a narrativa) resistência ao que, pelo terror, seria lançado ao esquecimento. Não obstante, busca-se compreender a narrativa como um exercício que transcende a mera descrição dos eventos, tornando-se um convite que tem por finalidade resgatar aquilo que não pode e não deve ser esquecido em um mundo público e compartilhado.

Abstract:

This article seeks to explore the role of narrative in Hannah Arendt's work/life, emphasizing the capacity of narrative exercise to give durability to the singular stories of human plurality, given the renewing but ephemeral spontaneity of action and discourse. In this sense, Arendt observes how totalitarian events annul the liberating brevity of action and discourse, eliminating the possibility of new beginnings and political action. Faced with the suppression of freedom during these events, narrative emerges as vital, preserving the immortality of singular stories, becoming resistance to what, through terror, would be cast into oblivion. Nevertheless, we seek to understand narrative as an exercise that transcends the mere description of events, becoming an invitation aimed at rescuing what cannot and should not be forgotten in a public and shared world.

DOI: https://doi.org/10.13102/ideac.v1i49.10297

Texto Completo: https://periodicos.uefs.br/index.php/revistaideacao/article/view/10297

Palavras-Chave: Totalitarismo, Ação, Discurso, Mundo, Narrativa, Hannah Arendt.

Revista Ideação

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