O CONCEITO DE LIBERDADE EM CÍCERO E MAQUIAVEL À LUZ DO REPUBLICANISMO DE QUENTIN SKINNER EM SUA FASE INICIAL

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 12 n. 32 (2020): Filosofia Política e do Direito • Revista Kínesis

Autor: Bruno Santos Alexandre

Resumo:

Trata-se, neste artigo, de elucidar a aproximação proposta por Quentin Skinner entre Cícero e Maquiavel no curso da assim chamada fase inicial da carreira do primeiro intérprete: quando então identificava uma concepção de liberdade negativa no republicanismo dos dois últimos autores. Sendo assim, num primeiro momento do trabalho, pretendo demonstrar como a referida interpretação está fundamentalmente baseada no que Skinner concebe como um paradoxo da liberdade nos dois clássicos autores republicanos: o próprio avesso da liberdade (ou seja, a lei) como seu instrumento de realização. Num segundo e último momento do trabalho, trata-se de questionar se não haveria algum anacronismo nessa definição de um conceito republicano de liberdade, residido em Cícero e Maquiavel, com contornos tão próximos ao liberalismo. Nesse sentido, trago à tona as interpretações de Michel Villey e John Pocock, bem como as polêmicas leis agrárias republicanas romanas, chegando à seguinte conclusão. Se, por um lado, notadamente sobre Cícero, corrobora-se muito da posição skinneriana discutida até então, por outro lado, impõe-se para ela algumas dificuldades, especificamente no que diz respeito à sua interpretação de Maquiavel.

Abstract:

In this paper, the intention is to elucidate the approximation between Cicero and Machiavelli's concepts of freedom proposed by Quentin Skinner in the initial phase of his career – a moment when he identified a conception of negative freedom in the republican thought of both authors. In the first part of this paper, I intend to demonstrate how the Skinnerian interpretation is fundamentally based on what is conceived as a republican paradox of freedom: the very reverse of freedom (ie, the law) as an instrument for its own realization. In the second part, my aim is to discuss a possible anachronism committed by Skinner in this association of a so modern and liberal negative concept of freedom with the classical thought of Cicero and Machiavelli. In this sense, I bring to the stage the interpretations of Michel Villey and John Pocock, as well as the controversial agrarian laws of roman republicanism, throughout which I reach the following conclusion: if, on one hand, specifically regarding Cicero, much of what had been discussed so far is elucidated, on the other hand, there are some obstacles in the Skinner interpretations of Machiavelli.

ISSN: 1984-8900

DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2020.v12n32.p14-31

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/10638

Palavras-Chave: Quentin Skinner, Maquiavel, Cícero, Liberdade, Republicanismo

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